quinta-feira, 25 de agosto de 2011

BENJI PROCURA NAMORADA

Procura-se uma Ilhasa Apso, com compatibilidade de gênios, para namorar e ter filhotes. Um filhote eu quero pra dar de presente para a Giovanna, que tem 07 aninhos e aguarda um dos meus herdeiros desde os 02 anos de idade. Todo natal ela me pergunta se vai ser dessa vez (...) Então topa me ajudar? Quero namorar e também resultar num belo presente pra ela. ;>)

Um pouco de mim:
Completei 05 anos no dia 23 de agosto de 2011, sou virgem e de pelagem totalmente branca, pelos macios e tratados a leite ninho! Importante, o meu temperamento é dócil, carinhoso, companheiro, adoro estar com gente, viajar, correr nos parques e gramado, passear é comigo mesmo, gosto mais de músicas calmas, muito barulho me desarmoniza. OK, sim confesso que sou um pouco ciumento, com a minha Dona; o Dono diz que sou a sombra dela, e não se preocupe, pois não é nada que me faça avançar o sinal, eu só mordo água. Interessada consulte meus “Donos”, que tem a ficha completa, por favor!

Por ser um Cachorro, encerro com,
Balançando o rabinho e de lingua de fora,
Benji 

domingo, 21 de agosto de 2011

O MOSAICO JULHO 2011 - 1 /7

ALGUNS PEDAÇOS DE TECIDOS PARA A COLCHA DE RETALHOS

A galerinha é tão animada que tem em diversos idiomas e ritimos:
Me lembrei das três “musiquinhas” prediletas no ambiente da Igreja quando pequenina:
Elaine Ramos - Pompom
Sou uma florzinha de Jesus www.cantarebrincar.com Tia Cris
Meu Coração Transborda de Amor

E lá fui eu a passear: ouvindo minha voz intuitiva, comecei a conectar e visualizar imagens, depois me pus à escrever. Depois a ouvir e sentir músicas. Depois assistir e captar via insight as influências do desenhos prediletos, e lá fui navegando:

Vaidade? Orgulho? Prepotência? Arrogância? Inveja? Ciúmes? Mágoa? Revolta? Raiva? Ódio? Indignação? Injustiça? Decepção? Afinal o que estou sentindo? O que esta pegando em mim?

Fui fuçando, fuçando e dei de cara com essa música na Web:
Pity ME ADORA

No impito e instinto a primeira vontade foi de mandar essa música para aluns Seres e dizer, toma essa pra você! O meu orai e vigiai veio violento, forte e disse: - para, para, parou. Isso é energia da mágoa e abalo a estima, trabalha e se acalma. Então escutei a música umas 10 vezes e fechei os olhos no “uh, uhnnn, unh”... E senti puts é isso! Opa, pensei (...)pensei é isso faz conexão com auto-aceitação e aceitação. Todos somos mais do que os olhos dos outros podem ver e os nossos também. Vamos tomar banho e captar o lance. O que não se pode é ficar se adaptando e se deixando desconfigura. Tem áreas que não se mexe. Isso é autoviolência e violência, é violação dos limites. Vamos refletir.

Tempo Perdido
Veio essa bela mágica. E me indaguei, qual é o tempo? Sempre enfrente e não temos tempo a perder? O que é perder tempo?

“Puts”, que delicia, “meu” hino emergiu
Legião Urbana - Quase sem querer (ao vivo)
Opa, tá esquentando, e esta ficando bom. Deixa eu olhar mais pra isso.


Vamos seguir, e mergulhar (...)
Com Amor,
Elaine

O MOSAICO JULHO 2011 - 2/7

MAIS PEDAÇOS DE TECIDOS PARA A COLCHA DE RETALHOS

Voltei pra telinha e fui fuçando e conhecendo músicas que até então eu não conhecia e que chamaram a atenção.
Pitty – Máscara

Carambola, essa música é de mais, as imagens são sensacionais, é isso. De novo estão querendo e exigindo que eu seja só mais um “Bonitinho”, pode parar, parou. Nessa freqüência eu não vou entrar; isso é armadilha. Opa mas se o outro não tem o direito de me impor uma máscara, por outro lado eu não tenho o direito de arrancar-lhe a máscara. O que faço então para me proteger?
(...) senti: Insatisfação e Rejeição: - Poxa, que saco, os indivíduos adultos ao invés de serem pessoas simplesmente, ficar implicando com tudo “Meu cabelo, minha roupa, meu jeito, minha voz, meu estilo?
(...) pensei: Libertação e Renúncia dos Condicionamentos “têm quês” e “deverias”: Ah, vou ligar o botam do “dane-se”. Eu é que não vou ficar me violando ou violentando para o deleite do outro.
(...) intui: Opa! Têm raiva e mágoa nesse negócio! Elaine vai olhar mais um pouco.
(...) sensação: Xiii tem sim, eu to de saco cheio desses caras que discursam uma coisa e faz outra, tudo é piada, é brincadeira de mau gosto, é gracinha, é invasão de privacidade, “porcaria, que “masturbação mental” “que onanismo, maluco é esse”?
O povo se coloca no pedestal e faz cada uma. Será que não enxergam que isso é assédio moral e tortura psicológica? Como é que é? Vamos olhar um pouco mais, mergulha mais Elaine!
(...) senti e experimentei mais as sensações, a indagar-me na função pensamento e intuição: OK, diante a esse quadro O que sinto a respeito? O que penso a respeito? O que quero fazer a respeito?

Seguindo?
Então vamos (...)

O MOSAICO JULHO 2011 - 3/7

Novas peças coloridas e mais claras na composição do Mosaico emergem:

O que mais me deixa indignada, p. da vida mesmo, é há quem apronte, provoque, mexa, remexa, desrespeito, e depois no menor sinal de revide ou reciprocidade, minha nossa senhora baixam nesses as Vítimas e os Filósofos, com uns discursos tão desconexos que eu fico sim p. da vida, e meu ímpeto é levantar da cadeira e dar um “se liga Mané” ou no mínimo um “ai meu, se situa”. Mas sinto que esse não é um caminho legal. Então fico confusa.
Compreendendo os impulsos, o instinto, a intuição, a sensação, o sentimento e o pensamento racionalmente. OK! Vamos lá, vamos mergulha nesse nosso milionário mundo interior e descobrir, redescobrir, encontrar e reencontrar o que se passa.
De um lado algo que me impulsiona para o “vou dar uma voadora e acabar com essa palhaçada”, paciência tem limites. O que estaria por trás disso? Raiva? Mágoa? Indignação? Limites Internos? Auto-preservação? Instinto de sobrevivência em conflito com a intuição? Repulsa? Aversão?
Opa, de outro algo que me segura e diz “Calma, calma relaxa, respira fundo e olhe melhor”. O que estaria por trás disso? Amor, Perdão, Resignação? Intuição em conflito com o instinto? Fuga? Receio? Medo? Renúncia? Resiliência?
Sei, há um misto de sentimentos defensivos e de abertura, gerando sensações desagradáveis e agradáveis. Qual a lição? O que o ápice da vida tem a nos oferecer com essa oportunidade?
Opa, Eureka
1) Limite é diferente de Limitação, lembra?
2) Resiliência e resignação, não significam conformismo, lembra?
3) Dar a outra face, não significa apanhar duas vezes, lembra?
4) Achar que tudo o que você anota ou escreve é sobre ela, é prepotência e pretensão, lembra? Significa que a pessoa esta se achando mais importante pra você do que ela realmente é, lembra?
5) Renegar o jeito e a forma que cada um tem de se expressar e se comunicar, querendo te impor um jeito certo de funcionar, falar, pensar, agir ou sentir é invasivo e desrespeitoso. Cada um tem um jeito de ser, e você não precisa embarcar nessa dos “têm quês” e “deverias”, lembra?
Opa, isso esta esquentando de forma mais confortável. No que estou sendo e no que não estou sendo minha grande e maior companheira e amiga? No que estou me cuidado com amor, e no que estou me deixando afetar pelos sintomas do desamor?

Refletindo (...)

O MOSAICO JULHO 2011 - 4/7

REVENDO OS TECIDOS PARA A COLCHA DE RETALHOS

OK, Então vamos lá: Racionalmente, saindo do quadro e observando o Mosaico o que você enxerga?
Enxergo uma energia estranha atuando na situação, nas situações e nas pessoas, e em mim. Visualizo nitidamente a entropia e a sintropia atuando lado a lado. Há pessoas famintas, buscando auto-afirmação, e por não saberem ou se esquecerem que isso se dá de dentro pra fora, roubam a energia, o tempo e a vida de outros e assim permanecem com fome. Enxergo manipulação e brigas de egos e vaidades. Enxergo uma latente e premente necessidade de auto-afirmação atuando de forma predadora, como se por não estarem bem ou de bem consigo mesmo precisam pisar no outro, nos outros e nas situações, para se sentir melhor, uma deturpação de valores. A Mosca Verde, botando ovos e fazendo ninhada. Um conflito em que todos os lados já estão confusos, e não sabem porque estão confusos ou em conflito.
Interessante, e o que você tem haver com isso? Porque se abate?
Sinto que falhei e deixei passar do ponto. E por isso estou me debatendo.
Como assim?
Eu permiti que ultrapassassem meus limites. Confundi clima permissivo com permissividade. Misturei vaidade “imagem – o que vão pensar de mim, se eu reagir e dar um basta”, com instinto de preservação “dane-se o que vão pensar, o que não posso é deixar que avancem os limites, pois isso detonará comigo”. E sinto que há nisso um misto de auto-aceitação, com aceitação, auto-aprovação ou necessidade de aprovação, auto-estima com necessidade de estima. Loucura total, o descobrir e sacar o que vem de mim e o que vem do outro, o alimento que é meu, e o alimento que é do outro, e o alimento que é nosso.
Profundamente interessante (...). E, o que isso diz pra você?
Inicialmente ao trazer para o nível do consciente, o incomodo, percebi que senti raiva da situação e das pessoas. Que o quadro já havia ultrapassado e desrespeitado meus limites internos. E fiquei magoada comigo mesma por ter permitido que a coisa se avolumasse dentro de mim. Não sinto culpa, mas sinto medo, pavor ao me dar conta de que de algum modo venho permitindo reincidências e repetições como essas, e quando penso que não (...), logo lá estou eu me flagrando na confusão de limites e limitações, e racionalmente enxergo isso enquanto vaidade e orgulho.

Você disse inicialmente, por que? Tem mais peças encontradas para o Mosaico?
(lagrimas) Sim, saquei que ao sentir e pensar: - Que “saco”: rótulos, piadas, sarcasmo, ironias, desonestidades, relação sem clareza, incoerências, deslealdade. Isso não esta descendo, não esta passando, se querem detonar alguém, que detonem a si mesmo, ao invés de ficar por ai detonando com os outros, e invadindo meu território, atacando e machucando pessoas. LOGO PERCEBI: raiva, mágoa, indignação e dificuldade de aceitação.
Mergulhei mais um pouco, e indaguei a mim mesma:
- OK, se já percebi isso, porque continuo, me debatendo, porque continuo sofrendo se sei que não tenho controle sobre o outro, ou sobre o que o outro faz, se sei que o único controle que tenho é sobre o fato de poder escolher como reagir, ao invés de ser meramente reativa? Isso é vaidade ou orgulho ferido? Isso é raiva e mágoa?
(lagrimas) Não, é medo e luta interior entre a inteligência instintiva e a inteligência instintiva emocional superior. Como fera ferida, que quer atacar, que quer defender seu território, e se vê tão acuada, que esta prestes a ir com todas as garras pra cima do outro. E ao mesmo tempo ela não quer, porque sabe que ferir, significará ferir a si mesma também. Então ela reluta para reencontrar o emergir da águia, que pode estar com as asas cansadas, o bico entortando e as unhas enfraquecidas, e sabe que precisa voar e ir para o cume das montanhas, refletir, hibernar e trocar com e por amor, no seu mais profundo e sublime instinto de vida superior a renovação das suas ferramentas, para continuar existindo, e não meramente sobrevivendo.
Não compreendo (...) Que mal há em ir pra cima e se defender, a vida não é a lei da selva e da sobrevivência? Existem momentos na vida em que é você ou eu? O outro ou você? Não é mesmo?
Respeito a sua percepção. E tenho outra percepção. Acredito que a vida é mágica e com o universo é abundante, e que por estarmos conectados, toda vez que ferimos alguém, também nos ferimos de algum modo, e que isso pode se dar diretamente ou indiretamente. Sinto que se não estiver muito atenta ao meu “orai e vigiai”, posso ser tão cruel, quanto quem esta me soando enquanto cruel, e isso é ainda mais cruel. Traduzindo, olhando para a natureza e a lei da selva, sinto que nós seres humanos também temos as influências e os instintos dos animais, porém é como se fossemos agraciados com diversos instintos e meios de funcionamentos das mais diferentes espécies animais. Há animais que só atacam quando ameaçados, e há animais que atacam e agem como predadores para se alimentar. Há animais que se alimentam de plantas e outras fontes, e há animais que se alimentam de outros animais. Para não confundir muito, e continuar nesse processo de reflexão interior, o insight, segue mais ou menos o seguinte caminho, sabe aquele ditado popular “cão que late não morde, e cachorro com dois donos morre de fome”?
Sei, já ouvi falar e as vezes eu uso (...)
Então, enquanto questão de fórum intimo eu sinto que não se deve levar nada ao pé da letra e que nem sempre agente consegue captar a essência do que se quer ou se quis significar com os ditados populares, os provérbios e as metáforas. O cachorro com dois donos, pode saber ser dócil e manipular, assim come duas vezes. E o cachorro que não late, pode guardar tanta raiva, que por ficar mudo e silenciar, pode do nada agir com ódio e arrancar a perna, o braço ou seja lá o que for, de quem quer seja que esteja ameaçando-o. Percebe?
Nossa intenso, não tinha olhado por esse lado. Faz sentido. (...)
É mesmo? Então, continuando: - vejo uma sincronia entre as metáforas e os provérbios como se fossem peças que só conseguem compor o Mosaico da Vida, quando sincronizadas e viradas ao avesso para decodificação não do significado e sim da essência. Por exemplo, se nós conciliarmos as metáforas: “LOBOS INTERNOS” + “A RAPOSA E AS UVAS” + “A CARROÇA” + “LENÇÓIS SUJOS” + “PREGOS” + “A RAPOSA E O LENHADOR” + “CONCERTANDO O MUNDO”, e elevar a potência do “AMARÁS A TEU PRÓXIMO COMO A SI MESMO, AMARÁS A TEU DEUS SOB TODAS AS COISAS, AMARÁS A TEU INIMIGO COMO A SI MESMO”, sem levar nada disso ao pé da letra. Na essência há algo que fala de Luz e Sombra dentro de nós mesmos o tempo todo? Se pegarmos tudo isso, e levarmos para a beleza da música (que na verdade esta contida na maior parte dos ensinamentos religiosos e livros sagrados / doutrinas) “Monte Castelo” – Legião Urbana. E pegarmos tudo isso e olharmos para a Noite e o Dia, a Luz e a Sombra, e ao mesmo tempo não levarmos ao pé da letra a palavra PROJEÇÃO, irmos um pouco mais fundo e conseguirmos discernir o que é de fato PROJEÇÃO do que não é PROJEÇÃO, e sim inteligência instintiva, sexual, emocional e espiritual atuando dentro e fora de nós. E depois pegarmos tudo isso e misturarmos com o texto “ESCOLHAS”, e desejosos de maior compreensão, refletirmos sobre os conceitos e as origens de “Simpatia e Antipatia” sacando que a Inteligência que as gera, é diferente da inteligência que gera a “Empatia”, ocorre o que sinto enquanto “emerge Lótus”. E é então que mergulhando mais profundamente, com sinceridade, genuíno interesse e abertura, encontra-se a pureza e a compaixão, e logo “FENIX”.

Insight e reflexões, que aprofundar? Então seguindo o Diário de Bordo (...)


O MOSAICO JULHO 2011 - 5/7

LINHA E AGULHA PARA A COLCHA DE RETALHOS

Traduzindo enquanto peças belas para a Colcha e o Mosaico, diante a situação, o quadro e o cenário que se apresentou:
Na minha percepção existem pessoas que latem e não mordem, existem pessoas que não latem, mas mordem, e existem pessoas que não latem nem mordem cotidianamente, porém não são animais que arranham quando atacam, são animais que derrubam quando atacam, e que existem animais que mais do que derrubar matam, podendo se tornar tão ou muito mais cruel do que os são reconhecidos enquanto predadores natos. Quando olho para a natureza e observo quais os animais sinto maior afinidade e me pergunto por quê? Emerge várias sensações, sentimentos, pensamentos e percepções, porém se mergulho um pouco mais emerge a intuição e o instinto.
Foi muito interessante esse processo, para com a situação presente, porque ao me deparar com um Ciclo que se repetia, olhei e disse a mim mesma:
- Opa, parou Elaine, olha pra isso, tem Apice da Vida, ai. Vamos ver o que isso tem a nos ensinar. E então passei por uma longa e bela viagem interior em minha vida, não com saudosismo ou culpa e sim com abertura a experiência. O desejo de olhar e ver quais eram as repetições, o que se perdeu, o que se encontrou, o que se queria significar, qual era a oportunidade, então na superfície, emergiu a seguinte peça do Mosaico:
Eu sei que se eu for pra cima, eu levo qualquer um para a UTI Emocional, digo seu eu agir com a energia da raiva, da mágoa, da revolta e da indignação, sem estar vigilante, posso me tornar tão cruel, quanto à crueldade alheia, e acabar por arrancar as máscaras com fatos, escancarar e deixar a pessoa exposta e sem chão. Justamente por ir com fatos de forma contundente, essa perde a argumentação, por mais que negue, fica nítida a realidade e não suas verdades. Eu sei que também tenho o dom de sacar, intuir e perceber com lucidez o que está submerso, oculto, renegado. E fazer isso não é generoso, amoroso, nem muito menos compaixão. Então não quero fazer isso, quero dosar isso. Mas meu saco mais do que cheio já esta se arrastando no chão. O que esta me incomodando?
1) Se já detectei, raiva, mágoa, indignação, revolta, insegurança, a necessidade de transmutação e busca de assertividade para ajustar e pontuar os limites. Por que ainda estou na vulnerabilidade?
2) Se eu percebo a linha tênue entre tolerância e paciência invadindo a intolerância e a paciência. Isso tem haver com limites internos, vamos olhar mais um pouco e sacar de onde está vindo isso. Que energia é essa?
E foi mergulhando e fazendo conexões que descobri porque havia associado uma situação a outra e a outra, e o que estava ali escancarado enquanto oportunidade de lição perante o Apice da Vida.
A importância e o valor da defesa. Do saber respeitar a inteligência instintiva e intuitiva, conciliando-as com a inteligência emocional, sem desmerecer as duas primeiras, sem ficar desacreditando-as, respeitar o faro, e agir, atuar com as funções sensação, sentimento, intuição e pensamento de forma mais sincronizada. Respeitar e confiar, que há momentos em que é preciso dar um chega pra lá, um basta, pular e voar, pontuar, sinalizar e não se sentir culpado, mais ou menos, pior ou melhor, apenas Ser em Processo de Desenvolvimento, respeitando a própria dignidade humana dentro de si.
E percebi isso, quando me saquei agindo de forma incongruente com o que eu estava verdadeiramente sentimento, intuindo e pensado. Quando percebi que eu estava querendo me impor ou disfarçar que o gosto era bom e doce, quando pra mim estava melado de salgado e amargor.

Magico e profundo, e assim agente resolve seguir, e pegar mais linha e agulha, são tantos pedaços de tecido (...)

O MOSAICO JULHO 2011 - 6/7

COMPONDO A COLCHA - JUTANDO AS PEÇAS DE TECIDO

Assim caberia a mim, aceitar, compreender, respeitar e confiar, ao invés de renegar, negar ou disfarçar. Que o caminho era e é sempre de escolhas, rico em escolhas, e que não adianta eu querer renegar as escolhas alheias, nem tão pouco impor a mim as escolhas que não são verdadeiramente e genuinamente de corpo e alma, minhas.

Minha voz intuitiva no dia 18 de julho de 2001, convidou-me a assistir desenho animado e ouvir musica, enquanto brincava com as peças e os tecidos, então lá fui eu. (...)

Ao visualizar o Hulk, o Dartanha, a Shera, o Heman, a Liga da Justiça, a Corrida Maluca, a Mulher Maravilha, a Caverna do Dragão, o Cavalo de Fogo, a Menina das Flores, os Ursinhos Carinhosos, os Smurfs, os Flinstones, os Jetsons, o Papa Leguas, o Mister Magoo, a Turma do Manda Chuva, a Turma do Zé Colméia, a Turma do Ursinho Pooh, a Turma da Moranguinho, tomei vários sustos, e maravilhei-me com todos. Um grande processo de descoberta ao me questionar: O que isso tem ou não tem haver com o meu jeito de ser, estar e atuar com e no mundo, e dentro de mim mesma? 

Perceber que alguns dos que eu achava que gostava, e depois fui parando de gostar, eu gostava porque os amiguinhos ou os adultos gostavam e não porque eu gostava, já estavam pra lá de mortos e sem sentido dentro de mim; me questionar porque desde criança havia uns que eu não gostava de jeito nenhum, mesmo com os amiguinhos gostando, eu ficava irritada com alguns desenhos, então ou desligava a TV, ou mudava de canal, ou ia para o meu quarto; e que outros que eu adorava, independente do gostar dos amiguinhos e adultos, estavam mais do que vivos, latentes a emergir e que a sensação de enxergá-los e assisti-los era tão boa, gostosa e prazerosa quanto na infância, foi deslumbrante. Foi interessante observar as influências mútuas, os sentidos sem sentido, e os sentidos com sentido. Dei-me conta de ainda não havia de fato exercido o que já havia sacado conscientemente no ano 2007 – 2008, sim é preciso acertar o passo. Quando criança eu sabia perfeitamente me defender e dar um se situa, em qualquer um, independente da idade ou do tamanho; na adolescência, desenvolvi outro método de defesa que era a argumentação e a fala; na juventude fui bloqueando os dois métodos e meios de defesa. E comecei de algum modo a confundir tolerância com sapo na garganta com perninhas pra fora da boca. Isso ficou misturado, e eu percebia que precisava equilibrar, para não deixar passar do ponto, para não transformar limites em limitações. E quando eu achei que já sabia, algo me mostrou que não. Fantástico, sim fantástico lance.
Quando eu era criança e adolescente e agia em pura defesa, a agressividade estava protegida com a pureza e o instinto de vida, de sobrevivência em si; e no meu agir não havia nenhum sentimento de culpa na hora, por vezes até ficava triste, chateada depois, a me perguntar: “poxa mas bem que poderíamos ser todos amigos, porque você faz essas coisas?”. Mas a culpa em si, era imposta de fora pra dentro, eram os outros, os adultos que agiam no impor a culpa a mim. E conscientemente eu não conseguia compreender o que era aquilo, então ficava na dúvida, entre o que era certo, e o que estava certo, quem estava certo e o que era errado, ou quem estava errado. Eu tinha muito claro pra mim que eu não podia quebrar as coisas dos outros, mexer nas coisas dos outros, estragar as coisas dos outros, pegar as coisas dos outros, sem pedir ou sem permissão, que eu não podia bater, provocar ou mexer com os outros só por bagunça, maldade, dou pra provocar quem estava no seu espaço. E eu sentia que se os outros, não agissem assim comigo ou com os ouros amiguinhos ou adultos, eu podia me manifestar, me defender, bater o pé, conversar, perguntar, indagar e se preciso bater, ao invés de ficar apanhando a toa. Só que a maioria dos adultos eram precipitados, cheios de si, no sentido de achar que sabiam colocar ordem, achavam que eram inteligentes, e na verdade eram ansiosos, impulsivos e manipulados, digo: ao invés de perguntar o porque do comportamento, do que bateu ou se defendeu. Batem, punem, e botam de castigo, quem foi pego com o braço levantado, batendo ou brigando com o outro, sem perguntar. O que aconteceu primeiro? E digo que são manipulados, porque tenho muita clareza e perfeitas lembranças no meu campo mental dessas situações, e era esquisito, porque as crianças mais levadas, “espertas” algumas até “maldosas”, quando o adulto se aproximava abria o berreiro, chorava, se faziam de vitimas, e diziam que foram injustiçadas, apanharam “fulano me bateu”, e a criança “boazinha, na dela, que só estava no espaço que era dela”, apanhava e era colocada de castigo. Então cansei daquela brincadeira, percebi que tinha que encontrar outro meio de me defender, e encontrei, só que também quem se expõe, se posiciona e fala o que sente, se fizer isso com um adulto ou outro ser, que tem na mentalidade o proteger aquele que abre o “berreiro” ou se faz de vitima, o castigo e a surra vem do mesmo jeito. Eu fui crescendo e testando formas de defesa, e me assustando porque os adultos se comportam no mundo dos adultos, entre os adultos com a mesma infantilidade, e confundem por vezes ser infantil com ser criança. E estranhamente fui percebendo que do mesmo modo que existiam crianças, adolescentes e jovens “levados”, “maldosos”, que arquitetam, tramam, que se juntam em bando, pra prejudicar outro, alguém ou alguma coisa, me senti em desalento e desapontada ao perceber que os adultos também agem assim. É malucamente, loucamente incrível, o quanto tem de criança disfarçada de adulto e adulto disfarçado de criança, agindo de forma infantil. E ao mesmo tempo é lindo perceber que continuamos crescendo, aprendendo, nos desenvolvendo, e buscando novos brinquedos, novas brincadeiras, novos parques de diversões, novos parquinhos, e acima de tudo, é mágico sentir que sempre é possível encontrar e escolher novas formas e jeitos de ser, estar e atuar com e no mundo.
Seria maturidade? Seria auto-aceitação? Seria compaixão?
Será o amor, o segredo?
Será a vida o mistério?
Será o universo tão simples e harmônico, que nos faz duvidar, e misturar as peças, os tecidos, e por fim agente roda, roda, roda, e quando o “balero” para lá esta um LINDO E COLORIDO MOSAICO? UMA LINDA E COLORIDA COLCHA DE RETALHOS?
Estaremos nós no fundo, no fundo famintos e sedentos, independente, da idade ou fase da vida, pela sensação e o sentimento do Amor, do Doce e do Prazer da Vida?
Será isso a tal maturidade?
O equilíbrio e o desequilíbrio atuando e trabalhando o tempo todo juntos em prol da harmonização e sincronia?

E assim, que tal, conhecer, um pouco do percurso percorrido, nos desenhos animados e músicas?

Com amor, grande, forte e afetuoso abraço,
recheado de ternura,
Elaine

O MOSAICO JULHO 2011 - 7/7

TECIDOS, RETALHOS E PEÇAS DO MOSAICO E DA COLCHA DE RETALHOS
O MOSAICO 17 a 24 DE JULHO 2011


Há quem diga que é natural a existência do amiguinho invisível nos primeiros anos da infância, e que toda criança tenha um. E há quem diga também que a partir de certa idade ela o abandona e esquece.
Comigo foi diferente. O que me intrigou, e a certa altura, cheguei a pensar:
- Xiiii será que sou louca?
Meu amiguinho invisível não foi embora, pelo contrário esta se multiplicando, estou descobrindo novas formas de conversar e brincar comigo, com o Universo, com a Natureza, e com Deus.
- E agora o que é que eu faço?
Tentei me comunicar com os adultos, falar a respeito, porém nossas linguagens nem sempre se compreendiam. Digo era difícil para um adulto entender, e eu não sabia traduzir na linguagem dele.

O adulto já havia se esquecido a linguagem da criança, e eu ainda estava aprendendo a amplitude de significado das palavras para os adultos, por vezes era a mim uma linguagem confusa e difícil de aprender e compreender, porque nem sempre as palavras tinham os mesmos significados que as atitudes.

Era cada vez mais confuso, conforme eu ia constatando que as mesmas atitudes, tinham significados em diferentes palavras, e as mesmas palavras tinham significados diferentes. Exemplos: “Errado”, “Deus castiga”, “Não pode”, “Deus tá vendo”, “Proibido”, “Feio”, “Não pode bater”, “Peça Desculpas”, “Não faça fofocas”, “Não mexa no que não é seu”, “Não prejudique os outros”, “Lave as mãos antes de comer”, “Escove os dentes depois que comer”, “Agradeça a Deus por tudo”, “Guarde tudo o que tirou do lugar”, “Deixe tudo arrumadinho e organizado”, “Cuide bem das suas coisas”, “Se não pode ajudar, não atrapalhe”, “Não se meta na briga dos outros”, “Não pode comer o bolo antes do Culto”, “Não pode falar ou pensar mal dos outros”, “Não minta”, “Não pode faltar na Igreja”, “De bom dia, boa tarde e boa noite, e cumprimente sempre com educação a todos”, “Sempre peça licença”, “Não empurre”, “Respeite a fila”, “Peça Desculpas”, “Se arrependa”, “Perdoe”, “Ame e trate bem a todos”, “Ajude sempre”, “Sexo é feio e nojento”, “Sexo é amor e lindo”, “Não pode beijar na boca, isso é feio”, “Isso é pecado”, “Tire a mesa”, “leve o prato até a pia”, e etc. Era cada vez mais confuso perceber que por vezes o que era ensinado enquanto: proibido, feio, errado, bom, certo, bonito, permitido para nós crianças e adolescentes, não significava errado e proibido, bom ou certo, para o adulto. Eu sem perceber ou me dar conta, por vezes enlouquecia os adultos e os amigos, porque eu questionava tudo o que eu achava estranho, diferente ou sem sentido.

Quando não me sentia satisfeita com as respostas obtidas, ou alguma coisa não batia, não fazia sentido, sim toda vez que esses diálogos, situações e coisas aconteciam e eu não entendia, o adulto ou os amigos, não conseguiam me convencer ou esclarecer, eu chamava meu amiguinho invisível, corria pro meu “cantinho”, toda confusa, pra bater papo, conversar e compreender melhor. Então brincava oras, conversava oras e oras, no meu mundo particular, tentando juntar as pecinhas. Eu escrevia e desenhava intensamente durante horas.

Conforme eu fui crescendo e me desenvolvendo, por que não abandonei o meu amiguinho invisível, com o tempo eu arrumei foi mais amiguinhos invisíveis?

Eu ficava intrigada e brincando e batendo papo com eles, que até então, passaram a ser chamado de “Anjinho”, “Anjo da Guarda”, “Papai do Céu”, “Ursinho” e “Amiguinho”.
E era escrevendo que eu dialogava profundamente comigo mesma, e então indaguei.
- Como posso chamar vocês agora amiguinhos?
- Pode nos chamar de “Amigos”.
- Ah, mas falta alguma coisa, somos amigos e nos ajudamos nos protegemos. Ajudamos as pessoas, e uns aos outros. Como posso chamá-los, de um jeito que saibamos que somos nós?
- Que tal “Amigos Protetores”?
- Tai, gostei, “Amigos Protetores”!
Eu já estava crescendo “ficando grande” e logo eles também (na minha cabeça e inteligência de criança (se eu cresço, eles também crescem)). Então modifiquei o nome para “Meus Grandes Amigos Protetores”.

Bem, e então em meu Lar estava a refletir e brincar com as peças, e do nada no dia 18 de julho de 2011, algo sussurrou, vamos assistir desenho e ouvir música.
- Feche os olhos, o que você vê?
- Mel, Abelha, Amor, Doce
- Abra os olhos! Olhe a sua volta o que você vê?
- Meu deus o Ursinho Pooh, nossa eu não doei você junto com os outros, Ursinhos e bichinhos. Por que será?
Então continuei brincando:
- Pensando em um desenho animado, sem ter que pensar muito, qual é o primeiro que lhe vem à cabeça, nesse exato momento?
- Usinho Pooh e aquele que a menina abria um medalhão, e com a ajuda das flores fazia um vestido.
- Qual era o nome desse desenho, da Menina que fazia os vestidos?
- Não sei não consigo me lembrar.
- Então sem pensar fale o nome de 05 desenhos animados, rapidamente?
- Alice no País das Maravilhas, Pequeno Príncipe, Cinderela, Ligeirinho e Dartanha e os Três Mosqueteiros.
- Por que você tem sentido medo, dúvidas ou receios para se defender ou ao se defender?
- Eu não sei, sinto dúvidas é confuso. Acho que já não sei mais se é o certo.
- Você sente culpa ou arrependimento nesse momento?
- Não! Eu me sinto bem. E me sinto estranha, por me sentir assim.
- Por que estranha?
- Por que há muito tempo eu não me sentia tão bem, e isso me deixou exausta. Como se eu tivesse gastado muita energia, participado de uma maratona. E ao mesmo tempo me sinto vitoriosa dentro de mim mesma, me fez bem, gritar e dizer já chega. Foi como se eu tivesse tomado partido de mim mesma, da minha própria integridade e existência, e agido com o melhor que eu tinha para o momento.
- Interessante. O que te impulsionou a esse movimento?
- Eu ainda não sei direito, eu só percebi que ao ver numa mesma pessoa, aquele olhar de Dick, aquela atitude de Patolino, aquele riso de Hardy, depois nessa mesma pessoa o riso do Muttley, "vixe" foi à gota d água. Eu ultrapassei o sentimento de “fera ferida”, algo mais intenso, eu senti, algo do tipo, esse ser é mais cruel, tem muita coisa junto, não é só ferir é matar. Senti uma avalanche de coisas e senti que aquilo não teria parada, ou eu parava e agia no “comigo não violão”, muda a música e o instrumento, porque dessa lambada eu to fora. Eu senti crueldade, sarcasmo, ironia, prazer, frieza numa mesma pessoa e em sua atitude, era intenso de mais para um só golpe, e então gritei, já chega. Ao mesmo tempo algo me acalmava me abrandava como uma espécie de cafuné sentia compaixão, por aquele Ser Estranho. Alguma coisa me dizia, veja quanta dor, quanta amargura, quanto dissabor, quanta máscara, tudo isso não passa de defesas, para se manter vivo. E outro lado dizia OK, mas que se mantenha vivo, mas não à custa do sangue de outros seres, e o que dirá de suas vidas. Estou atenta, to ligada, no menos sinal de ataque, dessa Fera, me desculpe se serei primata ou ignorante, eu vou pra cima, com essa Fera ai, já tá provado que não há táticas limpas, isso tem um mistos de desenhos que eu não gosto. E aquelas sensações e sentimentos se misturavam, e eu comecei a “orar e vibrar”, buscando luz e o paz, precisava acalmar o meu coração, ele estava aos pulos. E quando dei por mim, o quadro já estava pintado.
- Interessante tem informação que não acaba mais num mesmo tecido, numa mesma peça. Para facilitar essa costura e colagem no quadro. Dá uma olhada em como você se referiu a pessoa. Você percebeu que a associou, durante a situação presente com uma série de personagens de desenho? Que desenhos são esses? Por que irritavam tanto?
- Sabe que eu nem sei, foi instintivo, foi o que enxerguei naquele dia, naquela pessoa.
- Muito bem, agora continue escrevendo e se deixe fluir. Olhe para a situação presente, e faça uma passagem entre essa, e outras situações, verifique as conexões e qual a lição para o momento. Quando você estiver mais calma, veja se você encontra e assista os desenhos acima.
- Legal, vou pensar e refletir mais então, sobre isso!

E lá estava eu, meditando e refletindo sobre a defesa e as formas de defesa. E o susto, do nada veio à imagem do Hulk. E pensei ah, Hulk, eu deixei de gostar de você ainda criança, a sua cara quando se transformava era muito brava, muito feia, e comecei a sentir medo de você, todo mundo se assustava, ficava com medo, e saia correndo. Na verdade era meu tio que gostava de você, e por causa dele eu achava que gostava, mas depois fui descobrindo que eu não gostava tanto assim, e cada vez menos. Os adultos, amiguinhos e amigos, até achavam engraçado que eu conseguia imitar os sons de diversos personagens de desenhos e filmes, e alguns perfeitamente como você Hulk, mas eu cansei de você. Como você se dava em mim? Acho que era um grito louco e de imitação, eu no fundo no fundo não gostava muito.

Com essa reflexão veio um clarão. Lá estava eu refletindo sobre o sentir, pensar e agir, e as em formas de interação e defesa que eu tinha quando criança, formas que gostava, não sentia culpa, era natural, fluía, e etc. E veio à pergunta de Elaine para Elaine:
- De qual desenho eu gostava mais? Tinha algum desejo que eu sentia algo diferente nesse aspecto?

Automaticamente emergiu a palavra “Dartanha”. Então joguei na busca no Youtube, e “vixe” fiquei encabulada, e comecei a conversar comigo mesma e com o desenho, num total deslumbramento.

Cara, amiguinho Dartanha, você tá vivo e ai dentro? Nossa você continua dentro de mim? Ué, pensei que já tivesse dado um jeito em você? Eu consegui dar um jeito em outros, porque em você não?
DARTANHA E OS TRÊS MOSQUETEIROS

Então continuei refletindo e curtinho aquela gostosa sensação, e automaticamente me lembrei dos Ursinhos de pelúcia. Logo conectei aos Ursinhos Carinhosos e ao Ursinho Pooh. A mesma sensação de prazer eu experimentei.
Ah, que delícia eu continuo apaixonada por vocês! E se preciso, é só chamar que vocês logo estão na área (...). Amei essa cena, fiquei deslumbrada (...)
Ursinho Pooh - Amigo em ação Parte 1/2
Ursinho Pooh - Amigo em ação Parte 2/2

Por fim nas considerações gerais, se reafirma o que é essencial o que é essencial, e o que não faz parte do âmago, não meras interferências de sinais captados nas conexões, requer então ajustes, para manter o sinal mais claro, límpido e harmonioso. Afinal o desafio e um dos prazeres mais deslumbrantes, fascinantes e gostosos, são o sabor e a mágica de sempre nos lembrar e de fato manter o que continua dentro do âmago, sim manter vibrante dentro e fora de nós a nossa:

Grande e forte, forte abraço fraterno, recheado de ternura e com toda a brandura desse ser,
Com amor,
Elaine

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

COLCHA DE RETALHOS - UM LEGADO DA VOVÓ


Recordação 1 - ADUBAR AS PLANTAS E O SER HUMANO
A HERANÇA DA VOVÓ MATERNA - O LEGADO

Nossos encontros sempre começavam com um riso largo e um abraço apertado (tipo “lá vem ela (eu)”, pois eu tinha um monte de questões, sempre! E era uma criança curiosa e interessada nas lições da vovó e dos adultos e crianças. Ficava empolgada, com a vovó, que era um dos raros adultos que dava para aprofundar ainda mais o dialogo. E assim nossos encontros e reencontros, sempre terminavam com dois sorrisos e um afetuoso abraço grandão.
Minha avó também me procurava quando triste, solitária, preocupada, insatisfeita, decepcionada, em dor ou feliz.
Minha avó também me contava de suas dores, e também me pedia ajuda.
Uma linda e bela mulher, que não se portava necessariamente como um adulto superior que sabia mais e tinha que se impor a mim e me dominar. Era tão doce, quanto brava.
Minha “nossa senhora”, minha avó brava ou pra botar ordem, era danada, literalmente enquanto baiana, era “baiana boa e “arretada” de se ver e sentir”.
Nosso relacionamento era mágico, intenso e próximo. E quando assim me refiro, era por ser tão interessante a mim, a busca recíproca e recheada de cumplicidade e amor. Tanto eu a procurava, quanto ela me procurava com dúvidas, solicitações, silêncios, afagos e ajuda. Obviamente na época eu não sabia que era esse o significado. Eu só sabia que era algo gostoso e caloroso, tão bom quanto doce”. E sempre regado de Couve, Bolinho de Chuva e Colchas de Retalhos.
- Filha, vamos pegar as cacas dos cavalos, lá na rua?
- Mas voooooooooó, eu não quero, é sujo e fedido!
- Minha neta querida, faz bem para as plantas,  elas ficam mais bonitas!
- Adubo Vovó? O que é isso?
- Vitamina! Agente pega tudo, coloca pra secar ao sol, e depois coloca nas plantas. E elas ficam mais felizes.
- Mas vovó, como assim as plantas podem ficar mais bonitas e felizes com as sujeiras dos cavalos?
(risos da Vovó)
- Ôh, Lani, minha neta querida, o cavalo come capim. E então fica as melhores vitaminas para as plantas, também.
- É mesmo vovó?
- É sim minha neta querida, vamos lá?
- Tá bom minha vovó amada, vamos.
E lá íamos nós. (...)
Eu não entendia nadinha, mas a minha Vovó com aquele lenço na cabeça e com tanta firmeza e segurança fazendo aquilo. Eu apenas pensava e sentia. (...)
Isso é estranho, mas a Vovó é sábia, e cuida das plantas. Então está certo! As plantas que ela cuida sempre ficam mais belas, e é isso vamos ajudar.


Recordação 2 - A COUVE DA VOVÓ
Almoço e jantar com couve da Vovó. Em qualquer lugar, em qualquer lar, casa ou igreja, se a Vovó estava presente tinha couve bem fininha; sim, bem fininha pra comer. Ela ficava horas cortando a couve, com satisfação e cantarolar. Um marco nela.


Recordação 3 - COM AFETO OS BOLINHOS DE CHUVA COM CHÁ E CAFEZINHO
Tardes e manhãs com a Vovó...
- Tem bolinho Vovó?
E lá estavam... Sim onde estava Vovó, tinha bolinhos de chuva. E os bolinhos da Vovór, não sei porque, mas eram mais gostosos, mais saborosos, mais sequinhos e alguns trançadinhos, em formas de bichinho.
E nós no pensar curioso... Qual será o segredo da Vovó? Como será que ela faz? E não resistíamos, logo já estávamos a participar e indagar:
- Minha Vovó, amada, posso ajudar a fazer bolinhos?
- Oh, Lani, minha neta querida, vem cá senta ai e ajuda a Vovó
- Oba, Vó amada, como é que faz desse jeito eu não consigo?
- É assim (...)
- Ah, Vovó, mas o seu fica ainda mais gostoso, quero do seu!
(risos)
– Oh, Lani, deve ser segredo de Vovó!
- Então tá, vamos comer, já podemos comer Vovó?
(...)

Recordação 4 - CONTAGIAR E CELEBRAR COM ALEGRIA O PARABÉNS
Aniversários e o Parabéns, pra Vovó. Logo já vinha a me ordenar. E seu pedido era um chamado a ser obedecido, nesses momentos (...)
- Ôh, Lani, vem cá minha neta querida!
- Oi, Vovó querida, o que quer?
- Está na hora do Parabéns! Vá lá na frente ajudar a cantar o parabéns. E chame Tina pra ajudar! Cadê Tina, Lani?
- Não sei, Vovó! Eu vou procura-la e já volto.
- Pronto achei a Tina vovó. E agora?
- Agora, vá lá e chame todos, vamos cantar os Parabéns.
- Obaaaa, espera ai Vovó...
(e ela ria, ria, sorria. Enquanto lá estávamos a puxar o Parabéns)
Alguns anos mais tarde (...), já em seus últimos anos de vida entrevada numa cama e  cadeira de rodas, Vovó me disse algo que nunca havia dito diretamente. E foi só então que compreendi, porque ela sempre ordenava, que eu puxasse os Parabéns e chamasse a Tina pra ajudar.
- Ôh, Lani, vem cá minha neta querida; canta parabéns pra sua Vovó! Vá lá na frente e canta, vamos. Chame Tina, e cante!
- Mas, Vovó querida, eu quero ficar aqui com a senhora!
(ela já estava tão debilitada; e eram cada vez mais raros, os momentos em que estávamos juntas. Eu não estava com a menor vontade de cantar parabéns, e ficar pulando e cantando parabéns e parabéns, eu queria mesmo era ficar ali com ela).
- Não minha neta querida vá lá pra Vovó!
- Mas Vooooooooooooó (...)
- Chega aqui mais perto Lani (...)
- Oi Vovó, a senhora tá sentindo alguma coisa?
E ela sussurrou (...)
- Parabéns sem a Lani, não tem graça. E o parabéns com Lani e Tina juntas fica mais gostoso. Vá lá pra Vovó, vá e cante.
"Ops, nem pensei mais (...) O Ligeirinho veio que veio. E logo lá estava a pular feito macaca. E brincar com os Parabéns. Enquanto de longe observava, aquele Belo Ser, já tão cansado e debilitado, a sorrir satisfeito, realizado"
- Prontinho, Vovó! A senhora ficou feliz?
- Vem cá minha neta querida. Me dê cá um abraço na sua vovó querida.
"E nos abraçamos! Num abraço que ali pareceu-me eterno. E veio a outra lição do aniversário. Conservar a alegria e a importância do celebrar a vida, mesmo que essa já esteja definhando a nossa frente, pois a dádiva, o dom continua vivo".



Recordação 5 - A Colcha de Retalhos
Minha avó materna fazia colchas de retalhos. Eu adorava ajudá-la entregando os pedaços coloridos de tecidos. Ela fazia como um hobby, e depois que ficava pronta, presenteava seus netos, que eram muitos, cada neto a seu tempo (que eu não saiba qual era), recebia de presente uma Colcha de Retalhos. E além de bem quentinha, uma era mais linda que a outra. Eu nunca ganhava uma, uma espera que me parecia eterna.
- Vovó, elas são tão lindas, e quentinhas! Quando vou ganhar uma?
- Ôh, Lani, a Vovó vai fazer uma pra você. Darei uma para cada neto.
- Oba, Vovó, quando vou ganhar a minha?
(risos)
- Pega ali, Lani, minha neta aqueles retalhos, vamos costurar. A Vovó precisa de mais retalhos.
(risos)
“E lá estava eu a ajudá-la. Tudo um mistério, um barato, sim, eu ficava curiosa pra saber como ficaria a próxima, afinal eram tão lindas e coloridas, e sempre diferentes. Mas a minha, Colcha, nada de chegar. Eu já estava me tornando uma “mocinha”, e já havia até me esquecido, que ela havia prometido que um dia eu iria ganhar uma. Foi então que finalmente as Colchas Chegaram. Sim, as Colchas, eu ganhei mais do que uma. Não sei porque, mas eu ganhei foi logo duas, e eram lindas. Usei até não dar mais para usar”.

Recordação 6 - A VIDA É UMA ESCOLA, O VIVER É A FACULDADE DO CUIDAR DA NATUREZA EM TODOS OS ASPECTOS
Minha Avó materna era pessoa de pouca instrução “acadêmica”, mal era alfabetizada, e tinha uma sabedoria da vida genuína. Eu adorava conversar com ela, e estar perto dela.
Sempre tinha uma estória, uma história, uma metáfora, um “causo” ou “caso” pra contar, sim, assim era a vovó. Era interessante os sentimentos e as sensações que eram gerados dentro de mim, sempre que ela estava por perto ou em que estávamos juntas em “bando” ou a sós.
Estar junto dela, significava mil e um pensamentos e conexões antes de dormir, tantas pecinhas para encaixar na minha cabeça e coração, que além de ficar mais maluquinha, eu simplesmente amava. Diversas lições de vida eram sempre repetidas e repetidas em gestos, atos e contos. Porém tinham dois que em geral sempre introduziam suas falas, nos momentos do sentar para ouvir suas “estórias” e “histórias”, que me tocavam o coração profundamente, tinha algum sentido, algum mistério naquelas pecinhas. (...)
- Ôh Lani, vá estudar. Estude! Lembre-se sempre a Vida é a maior Faculdade, minha filha.
- A Vida é a maior Faculdade, vovó, como assim?
- Conviver com os Homens, que são nossos Irmãos na Terra com amor, minha neta!
- Homens irmãos na Terra, Vovó, como assim?
- A Vida é uma Grande Escola, e é vivendo-a que se passa por sua Faculdade
- Faculdade Vovó, como assim?
- Deus é Amor, minha filha, lembre-se sempre: a Vida é a maior Faculdade, e Deus é o Mestre
(lá ia eu juntando as pecinhas)
A outra que nos últimos anos, após sua partida, assustadoramente percebi que tinha um sentido ainda mais intenso e muito mais amplo, do que eu conseguia captar quando menina. (...) 
- Ôh, minha neta querida, venha cá, é preciso cuidar das Plantas e das Couves...
- Mas, Vovó porque a senhora sempre faz a Couve?
- Você não gosta Lani?
- Gosto, sim Vovó. Só fico curiosa, onde a senhora vai, sempre tem a Couve. Por que?
- As plantas fazem bem, minha filha. E seu avô sempre me dizia, que chegaria um tempo em que teríamos dinheiro na Terra, mas não teríamos mais o que comer, se os Homens continuassem maltratando a natureza das plantas.
- Como assim Vovó. Como é possível ter dinheiro, mas não ter onde comprar comida pra comer?
- Ô minha neta querida, senta aqui (...), é simples: tudo vem da natureza, é preciso cuidar das plantas, dos bichinhos e dos animais. Se agente não cuidar e acabar com tudo por ganância e egoísmo, chegará um tempo, que acontecerá o que seu avô me dizia. Sim, dizia ele, que teremos o dinheiro, mas não teremos o que comer, porque tudo vem da natureza. Tudo, tudo! E o homem estava destruindo a natureza.
- Tudo, tudo Vovó? Até agente? Eu sou planta e a senhora é planta Vovó?
(risos, da Vovó)
- Ôh minha filha, vem cá, me de cá um abraço!
- Vovó, acho que agora eu "tô" entendendo, é por isso que a senhora coloca a caca do cavalo nas plantas?
(risos da Vovó)
- Vovó e no Homem coloca o que pra adubar?
(risos da Vovó)
- Vamos ver a comida que esta no fogo, Lani (...)
- Mas Vovó, eu não entendi direito. Conta esse “causo” de novo?
E ela repetia tudo de novo, e de novo, e de novo. E então acrescentava (...)
- Por isso que a Vida é a maior Faculdade, e o Mestre é Deus, a Lição é o Amor, minha neta querida!
- Ajudar é amar, Vovó?
(risos e abraços)


Recordação 7 - A ESTRELA DO ANIVERSÁRIO É A VIDA E O DOM DO ANIVERSARIANTE
Minha Avó materna, era pessoa de poucos recursos materiais. E havia muito do sublime nela, dentre seus legados, a admiração da "lembrança de aniversário". Sim, ela sempre se lembrava do aniversário de todo mundo, e sempre dava um presente. A questão do aniversário era tão forte nela que mesmo depois de anos entrevada numa cama, e com todas as suas debilidades, dificuldades de dicção e etc., ela continuava se lembrando e nos lembrando dos aniversário... O dia raiava e lá estava, ela a dizer:
- Hoje é aniversário dê (...)
Um gesto de ternura ou um ritual de amor, poderíamos nos perguntar, sobre o ato de presentear da vovó. Por vezes ela comprava um sabonete (daqueles mais baratinhos, que o dinheiro dela dava pra comprar), embrulhava bem bonito, e dava de presente. Eu achava aquilo tão lindo, tão mágico, tão carinhoso, tão importante. Sim, eu a admirava e sentia que era o presente mais caro. E ficava triste quando percebia que alguém nem ligou, ou não deu bola para o presente da Vovó. E ficava curiosa,a me indgar: - se nem vão olhar para o sabonete da Vovó, porque ela insiste com isso? Eu já estava com os meus 12 anos, passados, quando não resisti a curiosidade. Após anos e anos observando, aquele gesto, aquela cena, até que perguntei:
- Vovó querida, preciso saber uma coisa!
Seu sorriso largo já sabia, lá vem ela (...)
- Fale minha Neta querida!
- Porque a senhora sempre dá um presente no aniversário de todo mundo? Noto que por vezes mesmo sem dinheiro, a senhora dá um jeito e compra um sabonete ou outras coisas mais simples, que as pessoas nem ligam?
Ela ai, continuou me olhando atenta, com seu sorriso largo. E eu continuei (...)
- A senhora não precisa gastar seu dinheiro comigo, a sua presença é o meu maior presente. Eu não entendendo Vovó, porque a senhora compra com tanto carinho um presente, mesmo que seja um sabonete; e algumas pessoas nem ligam. E fico confusa pois a senhora, nem liga que elas não ligam, continua fazendo. O que isso significa, Vovó?
COM os olhos emocionados (lagrimas que não caem, mas estão ali), ela se aproximou um pouco mais. (...)
- Ôh, minha neta querida! Vem cá dê me um abaço!
(...) abraços
- Agora ouça, a Vida é uma Dádiva de Deus. E no dia do aniversário de cada um, a Estrela vem! Sim, a Estrela passa por nossa vida, para nos lembrar porque estamos aqui! E nesse dia, cada um deve levar ao aniversariante um presente, em agradecimento a sua vida e ao dom que sua vida representa em nossas vidas.
- Estrela? Dádiva? Dom? Como assim, a senhora esta falando dos Três Reis Magos? Mas isso não foi pra Jesus, que é o filho de Deus?
(risos da Vovó)
- Viu minha neta querida, você já esta entendendo. E lembre-se todos somos filhos de Deus. Todos viemos com uma Graça, uma dádiva da Vida, um Dom para contribuir com o Mundo. E dar um presente é considerar essa Vida! É respeitar a existência desse dom, minha neta. Não é o valor material que importa. Minha filha é importante compreender o que você compreendeu, é o valor espiritual daquele gesto, é o que significa o gesto, o que importa, O presente mais caro ou mais barato, não esta no está no  valor que se dá pelo dinheiro nele depositado, e sim pelo sentimento e o significado do gesto.
- Ah, entendi, agora Vovó. Isso faz sentido. Mas e as pessoas que não se importam ou até jogam fora o presente que a senhora dá?
- Isso não importa minha neta. O que importa é o seu gesto. É o que fazemos com o gesto de cada pessoa. O aniversário, é um dia muito importante. E mesmo que seja um bolinho simples, é preciso celebrar. Olhar para o seu significado e para a vida de quem está completando anos de vida, e celebrar essa oportunidade divina.
- Oportunidade divina?
- Sim, de estarmos vivos, e podermos amar uns aos outros, agradecer a Deus, pela vida é muito, muito importante, Lani. Esse é o nosso maior dom.
- Ah, minha Vovó querida e amada, como é bom. Gosto tanto de conversar e estar com a senhora.
- Ô, minha neta querida, a Vovó também. Vem cá, me dê cá um abraço.

Meu desejo, pra você?
Por que estou partilhando contigo a herança da Vovó?
Desejo de corpo e alma que você, e todos os avós do mundo, possam ser e representar jóias raras na vida de seus filhos, netos, bisnetos, tataranetos e futuras gerações! Partilhar e multiplicar o valor do legado!
Com amor,
Lani (assim me chamava a vovó;))

Por Elaine Souza

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Transmutando o Ódio e a Vingança com Perdão e Amor

ELABORANDO A VINGANÇA
A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO E DO ESCLARECIMENTO

Sempre que me pergunto se já agi com espírito vingativo, se já arquitetei para propositalmente machucar alguém, emerge no meu campo mental uma única situação que foi conscientemente elaborada, eu apenas não tinha a dimensão do resultado, mas o sentimento era de dar uma lição premeditada em alguém. Sim, eu premeditei, arquitetei, senti, pensei e agi, e depois fiquei ardendo em febre por três dias numa cama.

Eu tinha +/- 05 anos e estava na casa da minha tia passando uns tempos por lá. Havia uma menina mais velha, e na minha percepção “má”. Ela judiava dos bichinhos e das crianças pequenas, batia, zoneava e xingava. Exibia-se o tempo todo, dizia que tinha mais coisas e a casa mais bela, e ficava o tempo todo batendo gratuitamente nas outras crianças principalmente nas menores, e aquilo me deixava muito brava.

Então numa manhã eu estava sentada na porta da casa da minha tia na calçada brincando na minha com outras amiguinhas. E lá estava aquela menina que pra mim era a menina chata e má (...). Era assim que eu a enxergava. (...)
Do nada lá estava ela zombando e brigando, correndo de um lado pro outro a nos provocar. Então senti: - essa menina e ruim e precisa de uma lição pra parar de bater nas outras crianças (nota: em mim ela não batia, não fui criança que apanhava e voltava pra casa chorando, nem criança que ficava provocando os outros; fui criança na minha, amiga de todos, e que se mexesse comigo ou com os meus amigos, ou com crianças menores, velhinhos, animais ou gente que me parecia sem possibilidade de defesa, eu partia pra cima).
Então pensei: - Já sei quando ela voltar correndo na minha direção, para nos provocar e fazer essas caretas, eu vou esticar a minha perna, ela vai cair e tomar um tombo pra nunca mais se esquecer e aprender que esta errado ficar fazendo essas coisas ruins.
Um sentir, pensar e planejar muito rápido, ali se processando dentro de mim.
E adivinhe?
Ela veio correndo prontinha pra atacar de novo e embora fosse maior, foi muito fácil derrubá-la. A velocidade dela era acelerada, e foi só eu esticar minha perninha, e logo lá estava a menina “má” levando um terrível tombo. Sim, ela caiu de boca no chão e se machucou, perdeu toda a valentia, chorou pra burro, todas as outras crianças riram e se divertiram pois todas desejavam que ela também se machucasse e parasse de bater nelas. Só que veio o problema imediato dentro de mim, a dimensão que eu não previa (o e depois?).
Ela no chão chorando, as crianças rindo, e eu assustada, e triste, arrependida e com medo. Não entendi direito. Surge a minha tia Maria, que me pega pelo braço e muito brava me chacoalhando pergunta:
- Por que, você fez isso, filha, por quê?
– Ah, madinha, ela é má. Ela bate em todo mundo e fica xingando e se exibindo, ela fica provocando, não gosto dela.
- Filha, todos são filhos de Deus, temos que gostar de todo mundo, e não é certo fazer isso, você a machucou, você viu, saiu sangue da boca dela, não pode fazer isso.
- Ah, madinha, eu não queria machucar, eu só queria que ela parasse de bater e xingar.
- Vá já pedir desculpas pra ela e dizer que foi sem querer.
- Mas madinha, não foi sem querer. Eu queria que ela levasse um tombo, e foi por isso que estiquei a perna. Só não sabia que ia sair sangue.
- Agora, já chega filha, vá já pra dentro, tomar banho e se deitar, você esta de castigo.
Algumas horas depois comecei arder em febre, e apaguei, dormi horas seguidas. Acordei com a minha tia, velando meu sono, e com uma bandeja com chá e bolachas (...), a me dizer:
- Filha você sabe porquê você esta de cama e com febre?
- Não! Tia, eu to com muito frio.
- Deus esta te castigando, porque você foi uma menina má, ontem. Você nasceu para o AMOR, você nasceu para Amar as pessoas. E ontem você não Amou aquela menina que você derrubou. Você a machucou por querer. Você se lembra do que o Pastor falou?
- De amar os inimigos Madinha?
- É filha, você não amou a menina, e agora esta com febre por isso. Sentiu raiva e quis se vingar dela. E isso é errado, Deus sabe o que faz, e não é assim que agente resolve as coisas.
Comecei a chorar e disse:
- Quero dormir mais um pouquinho, to com muito frio Madinha (...)
Ela me cobriu e disse:
- Esta bem filha, durma mais um pouquinho.
Fiquei de cama por mais dois dias. E então acordei sem febre no terceiro dia, e disse:
- Madinha, me leva na casa da menina que eu machuquei.
- Por que você quer ir lá filha?
- Preciso e quero pedir desculpas.
E lá fomos nós (...)
Minha tia, ficou dentro da casa. E nós duas fomos para o quintal dela que era grande e cheio de arvores, fomos até o balanço, e conversamos, só nós duas, sem outras crianças ou adultos por perto. Eu pedi desculpas e expliquei porque a derrubei. Ela pediu desculpas, e disse que não ia mais ficar provocando e xingando. Então perguntei:
- Podemos ser amigas e ficar de bem?
Ela esticou o dedinho, e então estiquei o meu, também, e acrescentei:
- Belém, belém ficamos de bem!
Logo já estávamos brincando de balançar. Voltamos de mãos dadas para dentro da casa dela.
- Madinha, somos amigas, agora. Podemos voltar pra casa?
Minha Tia, sorriu me abraçou, e disse:
- Sim, filha! Vamos voltar pra casa.
Experimentei uma sensação muito gostosa, e voltei pra casa pulando e brincando. Tomei banho, jantamos e apaguei (dormi), feliz.
Nos, tornamos grandes amigas no período em que ali permaneci. Disse as outras crianças que ela não era má e que poderíamos ser amigos. E assim as crianças passaram a brincar com ela e ela com as crianças. E incrivelmente ela parou de xingar, bater e provocar as outras crianças.
Arrependida do que fiz, conversei com meu Anjinho da Guarda, como a minha tia, disse que eu deveria fazer. E então senti no meu coração que não era certo premeditar a queda do outro. Que deveria de haver outras formas de se defender, sem ser machucar de forma arquitetada e pensada. Era melhor ser amiga. E se fosse bater para se defender, que fosse sem planejar ou propositadamente, do contrário eu também seria má.

Essa passagem na minha vida e o dialogo com a minha Tia Maria, me marcou tanto que nunca esqueci.

No dia seguinte fomos para a Igreja. O Pastor havia convidado quem desejasse para ir a frente e cantar. Então eu falei:
- Madinha, posso cantar lá na frente?
- Pode.
E lá fui eu correndo e cantei:
Pompom
Fraterno abraço,
Com ternura,
Elaine

Coração Saudoso

Benji - 03 meses Benji 02 meses Benji 01 mês Benji 07 anos com a Pytuka Benji 10 anos com a Pytuka Benji 10 anos com a Pytuka Benji 02 meses...