Nos
tempos de outrora os pássaros e pombos eram servidores das mensagens e sinais
para agir, seguir, apurar ou refletir.
Há
quatro semanas sonhos profundos e intensos vem me visitar, e por vezes me
roubam o sono e ou o ar. Eles têm sido tão intensos e reais, quanto os da
infância e adolescência. Como que numa transposição de atmosferas, e
deslocamento no tempo.
Há
quatro semanas conversando com uma amiga, sobre os sonhos daquela semana, ela
disse: - Ah, você e os seus sonhos. O que vem agora?
Risos
e Suspiros...
Num
dos sonhos, tão reais, comentei com uma das pessoas que estava no meu sonho. E
na real, o sonho era real, era o que ela estava vivenciando e ele também.
Há
duas noites, tive mais sonhos densos. Chamo de denso e intenso, os sonhos que
tenho que me parecem tão reais, e que de repente eu acordo no susto. E depois
descubro que são reais e ou sinais. No dia de ontem, no período da tarde,
tínhamos uma reunião com um grupo em treinamento. E como de costume, cheguei
mais cedo para organizar a sala de reuniões e treinamentos. La estava eu a
organizar a sala e preparar o ambiente para receber o grupo, quando me deparei,
com um lindo pássaro marrom, morto na sala, entre duas cadeiras, próximo à
janela (na qual um dos vidros do vitro está quebrado). Muito que provavelmente,
aquele lindo pássaro, adentrou a sala, e depois não conseguiu sair, E por ali,
preso morreu. Paralisada com a cena, aguardei outra pessoa chegar para retirar
o pássaro da sala. E na real embora não tenha partilhado com os demais do
grupo, para não assustar, preocupar e ou amedrontar, passei a tarde toda com
aquela imagem e a sensação e a experiência. Uma sensação de morte, perda e
sinal de algo mais. Fiquei atônita e impressionada.
Na
madruga de hoje sonhei com uma pessoa que não vejo há pelo menos 06 anos. Um
sonho confuso, cheio de agua para todos os lados, com soldados, exercito,
policiais, uma grande confusão. No sonho eu passeava distraidamente por uma
comunidade de baixa renda, que enfrentava um “Toque de Recolher”, as pessoas me
olhavam, e eu caminhava pelas sem estar com os pés no chão, como que flutuando,
pelas ruas com tranquilidade. Eu seguia na direção de uma ladeira. O local mais
parecia uma cidade fantasma, sem vida e triste. Avistei militares do exercito
olhando para um córrego, todos de cabeça baixa, e tristes, como que aguardando
algo. A água ia subindo, subindo, e se espalhava. Era mais lama, do que água. Rios
e correntes, tudo marrom. Eu parei me aproximei e era o mar, mas era o rio, mas
era o córrego, aguas com muito barro ia tomando conta dos espaços, e arrastando
tudo. Depois sumia, evaporava e voltava como cachoeiras de lama. E as ruas
estavam desertas. Avistei a pessoa que não vejo há mais de 06 anos, seu nome
Aparecida, ela me fez sinal, eu me aproximei. Nos, abraçamos. Ela estava
bonita, robusta, bem tratada. Havia tratado o céu da boca e sua face. Eu sorri,
e ela assustada disse:
-
O que você faz aqui Elaine?
-
Não sei, estava em casa e algo me chamou até aqui. Uma voz me disse para
passear por aqui. Acho que estou passeando. Algo me disse para vir até aqui, e
eu vim...
-
Volte pra casa, estamos em meio ao Toque de Recolher. Você não vê?
Olho
ao redor, e olho pra ela, seu semblante se torna triste e abatido. Tudo vira silêncio,
luzes apagadas, portas se fechavam... Ela some do meu campo visual...
Olho,
ao redor, muita dor e sofrimento...
Quando
olho, não estou mais na comunidade, estou na rua que minha irmã caçula morava,
e a rua dela escorre muita água, uma enxurrada de água, tudo marrom. A água vai
ficando barrenta. E uma voz que é minha diz, água, barro, força, vamos isto é
do inconsciente. Vamos o que estamos vendo? O que você vê Elaine?
Há
uma mistura da realidade com o que não é real, é intuitivo ou fantasia.
Polícia, Exército, Comunidade, Correria, Tiroteio?
Há
já sei estou misturando cenas da novela, com as imagens que vi no aeroporto de
Congonhas, na sexta-feira passada. Ah esta angustia que me aperta o peito, é
por conta do pássaro tão lindo que vi morto na sala 13 ontem, e por conta de
ter ficando pensando no que me preocupa, deve ser isto. Num dialogo comigo
mesma, no meio do meu sonho, estou sonhando dormindo, porém acordada, e
dormindo. A voz continua, não é só isto, vamos em frente tem algo mais pra ver
e visitar. Ainda dormindo de repente me vejo num salão sombrio, não gosto de
estar ali. O local é amplo e úmido, sufoca e alivia, e protege as pessoas do
que esta acontecendo do lado de fora. Elas se abrigam da água barrenta. Observo
as pessoas com medo e espalhadas. As pessoas clamam. Uma voz diz:
-
Tranquilidade, calma, aqui é seguro.
Há
grandes espaços entre uma pessoa e outra. A cena muda, estou em outro local, ora,
contudo, no mesmo lugar, e flutuando. Eu estou falando de modo duro e enérgico
com um minha irmã caçula, depois com outra pessoa, e outra. E eu continuo “Chega,
acorda, olha, olha, é hora de acordar, para e se olha, veja, você consegue,
ver?”.
Nós
vamos passeando por diversos momentos de suas vidas, por ruas e lugares
conhecidos, lugares estranhos e desconhecidos por mim, e conhecidos por elas.
Porém é estranho, pois eu as guio, a estes lugares.
E
quando acontece o grito: - Chega, chega, cada pessoa vai se recolhendo,
recolhendo, se encolhe, até que retorna ao útero materno. E eu me afasto. Elas
adormecem.
Volto
ao salão estranho e úmido, estranhamente vejo pessoas que conheço entre aquelas
pessoas, pessoas que se encontram em sofrimento. E que não faz parte daquele
lugar. Vejo um primo querido, outra prima, minha irmã mais velha. Depois passo
a ver pessoas desconhecidas, tudo se mistura, e as pessoas vão se posicionando
na posição fetal.
Um
homem entra na sala, e ele começa a gritar, e atira água limpa em direção às
pessoas, porém às aguas são lançadas nas paredes escuras, como chicotadas, e
raios que formam imagens nas paredes. A cada arremesso o local da parede que
recebe água, fica claro. Raios na cor azul e branco. Aquilo é desconfortável inicialmente
para as pessoas, e aos poucos vai acalmando, e elas dormem, há um reconforto. O
home fala coisas estranhas e dolorosas, uma língua diferente, as pessoas ficam com
medo, se assustam, sentem receio e dor, e ao mesmo tempo aliviadas. Elas se
encolhem, e voltam à posição fetal. Eu observo, observo, o azul e o branco
aparece, há cura, há alivio e dor. Eu olho o homem, destemido e enérgico, ao
longe, do alto, flutuando. E então tomo num susto, porque aquele homem sou eu.
Tomei um choquei e acordei na posição fetal, na vida real, com falta de ar, e uma
lambida no nariz. Sim, a Pytuka (minha cachorrinha), me acordou com uma lambida
no nariz. (risos). Ufa que alivio. Porém ao perceber que estava na posição
fetal, o sonho passou em fleches ao despertar, e tomei nota, para buscar
compreender. Preparei o café da manhã, fiz
algumas coisas. E logo peguei o telefone e telefonei para minha mãe, para saber
se ela estava bem, e passamos 02 horas ao telefone. Enfim, uma manhã estranha
ou esquisita? Uma certa angustia, sensação de dor e sofrimento no ar, olhei
para o céu, e lembrei de uma amiga, que chama os dias com o azul da cor do céu
de “Dia com Sabor de Menta”, e pensei é Li, hoje esta esquisito. O dia não tem
o sabor de menta, tem cinza e dor no ar. O que será? E assim passei a escrever
e refletir. Senti uma vontade de mexer com terra e plantas, e fui fazer isto. O
telefone tocou, e era uma pessoa querida a pedir ajuda. O WhatsApp tocou, e era
outra pessoa em sofrimento. Pensei comigo? Será que era isto? Voltei a
escrever, e a sensação estranha não passou. A voz da intuição sussurrou, tem
mais, observe, olhe ao redor, mais esta por vi. Coisa estranha, uma forte sensação
de morte e vida, desespero e alívio, paz e guerra. Observe ao seu redor,
observe. Parei de escrever e olhei pela janela. O céu cinza. E logo que susto,
meu deus o que é isto? Uma Pomba voando na minha direção. Sério, há poucos
minutos uma pomba se bateu na janela da minha sala, ela vinha voando direto
para dentro da minha casa. (SP. 10/03/2015 – 14hs07min). A janela é grande e
toda de vidro. Ela se bateu, porém não caiu, conseguiu se segurar com as asas.
Assim permaneceu firme. Consegui me aproximar um pouco dela. E conectei aos
tempos antigos, então pensei, qual o sinal? E disse em voz alta - Qual a
mensagem você veio me trazer, Pomba? O que se passa? Senti angustia e um nó na
garganta. E ela partiu da minha janela para outros ares. Seguiu, para a direção
Oposto que havia surgido. Assim, o meditar, orar, e parar tudo, e escrever. Um
dia travado, e intensamente conectado. Fleches de imagens. Loucura ou Lucidez?
Qual o sentido? O que faz sentido?
Por
fim ao ver a Pomba cinza com branco, se debater no vidro da janela, se segurar
com as próprias garras, e conseguir manter-se, segura, me olhar, abrir as asas,
e voar; conectei com o pássaro marrom, que vi ontem caído e morto no canto da
sala.
Sonhos
e Realidades...
Com
ebulição, pensamentos vivos...
Elaine
– SP. 10/03/2015 – 14hs45min
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