Olá, como você está?
Quando
a morte pede passagem...
Quando
a morte chega sem pedir passagem...
Quando
a morte passa e a gente fica...
Seja
como for de algum jeito o encontro da morte com a vida, da vida com a morte, da
morte em vida e da vida em morte dá o que sentir e pensar dentro de mim. E dentro de você?
Sei do
ciclo natural reproduzir, desenvolver, nascer, crescer, aprimorar e morrer...
Ah sim
eu sei, mas no saber existe o não saber muito bem do depois do
morrer...
Abril está
começando três partidas em fevereiro, outra hoje no abril que chega...
Fevereiro
trouxe três "perdas" próximas cada passagem a seu modo singular... I
com seus mais de 60 lutava entre a doença e a cura, R no auge dos seus 50 anos
e sem sinais ao entorno de que estava de partida, J com os seus mais de 80 anos
e toda sua firmeza e doçura, e hoje você C aos 54 anos que me sinalizará em
janeiro a necessidade de um recuo para o autocuidado e na sequência vieram as
lutas desde fevereiro e nesta tarde você também partiu. Me lembrei naturalmente
das conexões e experiência e dos bons momentos e trocas, e automaticamente de
outro Belo Ser em que está difícil ter notícias mais concretas do que se
passa.
Vida
louca? Louca vida? Loucos somos nós?
Uma
coisa comum em vocês Belos Seres a sua maneira, na singular troca e interação
com R, J e C, três vidas que fizeram a sua passagem cada qual de um jeito
diferente e impactante, todos três me sinalizaram desconfortos,
descontentamentos, incômodos e inquietações produtivas diante a dinâmica dos
conflitos e o anseio por paz e sentido. Todos me trouxeram a mensagem de busca
e encontro de um necessário bem-estar, e o prazer da conexão e autoconexão
gerado em si nos encontros e reencontros que nutrem a alma.
Disse
J em setembro 2021:
- Me
trouxe novas forças (...) Valeu muito, me levou até as lágrimas (...). Espero
te ver mais vezes.
Quando
a conheci estava recém chegada aos meus 20 anos de idade, e a sua doçura,
brandura e firmeza eram vibrantes. Eu ficava encantada ao mesmo tempo que me
sentia afagada sentia vontade de te pegar no colo, me remetia a uma vovó muito
querida. E esta é a imagem que guardo de ti em minha memória afetiva, e hoje estou com 47. Não sabíamos
que por aqui aquele era o nosso último encontro.
Expressou
R em dezembro 2021:
-
Quero ser uma pessoa melhor Elaine e não consigo oferecer feedback neste lugar
genuíno ainda é difícil aceitar...
Nos
conhecemos há pouco tempo, na prática ele me "conhecia" e via há mais tempo do que eu a ele, por
conta de estar em facilitação de cursos e encontros em grandes grupos.
Até que na experiência de grupos menores o percebi mais, e atendi ao pedido de
uma conversa para troca e apoio. Fora nítido a mim sua intensa busca e intenção
por acertar e a luta interior na dinâmica das próprias emoções e
autoimagem nas intensas interações na arte do aprender e conviver.
Com C
vínhamos aprofundando e trocando sobre a temática da negociação e dos
conflitos, e foi em 25 de janeiro que ela me comunicou que era chegado o
momento de renunciar e rever o voo para se dedicar a saúde. Sua penúltima
mensagem pra mim foi o compartilhar de uma entrevista sobre uma das minhas
músicas prediletas e que comungávamos do mesmo gosto musical e bem querer do
Teatro Mágico, posteriormente sua última mensagem sobre Carl Rogers. E depois,
ah depois foram notícias e acompanhamento na luta e torcida pela recuperação.
Recordo-me que uma de suas expressões na partilha de suas crenças e sentimentos
na frequência do bem maior e do bem querer...
- Isto
sim faz sentido Elaine...
Fiz uma
pausa e são 21:21 no relógio - quis olhar e navegar um pouco sobre vivências e
experiências entre o sentido de estar, ficar e partir...
Fico (...) no pensar que luta? Qual luta?
Há
outro Belo Ser que não sei se agoniza, regozija ou o que passa porém sei que
algo de maior acontece. E qual o propósito de tudo isso?
O que
meus olhos podem enxergar?
O que
meu coração pode alcançar?
O que
minha alma expressa?
O que
a existência comunica?
Entre
agonia do saber e não saber cada qual a sua maneira chegou a mim com suas
histórias e formas em meio a sobrevivência e a existência a se inquietar diante
aos sabores e dissabores de atitudes e comportamentos, conexões e desconexões
diante a questão:
- Mas
qual o sentido? O que me toca e impulsiona a ficar ou partir?
Por
aqui a vibrar, orar, sentir, pensar, emanar amor e amizade pela passagem e
pelos que ficam.
Que
tenhamos mais leveza, doçura e sabedoria no viver e conviver.
Situações
assim nos convida no mínimo a redobrar o saber que a vida é passageira e ou nós
é que somos passageiros.
Se posso fazer um pedido, renovo o de sempre:
Diga hoje, expresse hoje, ame hoje, abrace hoje, perdoe hoje,
pacifique hoje, transmute hoje, mude e eleve a frequência hoje e só por hoje a
cada hoje - viva com amor e por amor no aqui e agora. Saiba que o daqui a pouco
a gente não sabe se chega pra nós ou para a outra pessoa. Faça no aqui e agora!
A dinâmica da vida tem mistérios e espaços que estão além do nosso “controle” e
ensina que o deixar pra depois, pode significar “já foi”, pode ser que não dê
tempo de dizer, expressar e comunicar os “nãos ditos”, os afetos aprisionados e
a dores guardadas. Há coisas que os tempos e espaços de pausa são fundamentais,
contudo para amar e expressar amor e amizade, o tempo é agora!
Desague e encontre nos desafetos a beleza do afeto.
Permita-se a amar e que te amem como és e pelo que és.
Abra-se a outros credos, experiências, possibilidades e percepções
enquanto respirar – enquanto houver pulso – pulse no amor.
Tenhamos coragem para chegar no fim, que para alguns significa recomeço,
mudança de ciclo e passagem depende de como você percebe e se abre a
experiência.
Encerro por hoje com sua penúltima partilha C, e que pra mim é tão
especial e profunda e simboliza passagem e vibração entre o ficar e partir - O Teatro Mágico - O Anjo
mais velho.
Como
amor em reflexões,
Elaine
Souza
SP. 02/04/2022 – 21:40 horas
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