domingo, 4 de dezembro de 2011

Há Permissões e Limites: Interferência Familiar no Nosso Jeito de Ser e Viver

Alguns adotam a crença de que o outro só faz o que agente permite, que ninguém tem o poder ou direito de interferir no nosso jeito de ser e viver.
Talvez refletir sobre o aspecto da interferência familiar no nosso jeito de ser e viver, seja pra você ou para outros, algo sem nexo, fora de cogitação, distante da realidade, quem sabe até possa pensar e ou sentir que é um tema nada haver, que isso não existe.
O que também pode ser diferente e quem sabe tanto pra você quanto para outras pessoas o fator influência familiar, seja algo relevante e até observado.
Independente do ângulo de cada um, antes de tudo saliento que respeito o direito a diferentes percepções e posições, e compartilho o que percebo e sinto a esse respeito. As interferências existem, acontecem e fluem de forma mútua, cabendo a cada um reconhecer e respeitar seus próprios limites.
De algum modo intuo que há uma intensa e continua interação, na qual a coisa é tão clara que chega a ofuscar, daí a confusão.
ma sintonia move, alimenta e se alimenta de tudo o que é orgânico, inspira, aspira e gera vida, o que inclui as relações, e interações no seio familiar e humanas. 
Testamos e somos testados o tempo todo, e por vezes invadimos e somos invadidos, sim. E no movimento e sinalização do outro, é que avançamos, recuamos, testamos, descobrimos, nos descobrimos e somos descobertos, mais e mais.
Então a dúvida: o outro só faz com agente o que permitimos, ou ele faz o que quer e deseja, porém a nossa resposta implícita ou explicita a sua atitude e comportamento é que determinará sua persistência, mudança de estratégia, mudança de comportamento, revisão de valores e etc. 
No tatear do terreno, na exploração de territórios vamos descobrindo e sendo descobertos, reduzindo, ampliando, modificando, abrindo e fechando espaços e cenários na nossa forma de ser, estar e atuar no mundo, e isso repercute na vida do próximo.
Aprender a aceitar que somos diferentes, nos leva a considerar a beleza e inteligência sutil da diversidade que complementa-nos uns aos outros, o que deixa de ressoar a nós enquanto certo ou errado no Jeito de Ser e Viver de cada Ser.
Sacar que não nos compete dizer se isso é o certo ou está certo, sê é o melhor, e etc., quando se trata do jeito de ser e viver do outro. Aprender a respeitar e conservar inteligentemente  valores, regras, direitos e deveres preconcebido coletivamente e individualmente.
Vivenciar a dádiva de ser livre contempla a responsabilidade de aceitar o jeito de ser e viver de cada um, e o nosso jeito.
Agir e interagir de modo livre, é ser responsável por Ser quem “Somos”, “Estamos” e nos “Tornamos”, para além das sensações do viver, do intuir, do sentir e do pensar, desfrutando com a natureza da mágica interação das relações humanas, de modo vivo e vibrante.  
Intuo que quanto mais independente alguém se propague, algo mais silencia no grito da dependência em conflito com a interdependência.
Podemos até entrar no automático, dizer, fazer ou sentir-se indiferente externamente. Porém na dor do silêncio estéril das madrugadas, noites e dias de barulhos internos, de algum modo se revela algo nocivo, sinalizando algumas diferenças entre:
“solidão” e “vazio”;
“ser sozinho” e “estar sozinho”;
“indiferença” e “negação”;
“medo” e “pavor do medo”;
“rejeição antecipada” e “rejeição efetivada”.
No beneficio da dúvida do submerso, emerge a reflexão:
Sê é o máximo, e é o caminho ser independente e acionar o botão do “dane-se” o(s) outro(s). Sê de fato não importa o que os outros ou os familiares pensam, sentem ou tentam impor a nós, afinal somos puramente da linha do “eu sou mais eu”.
Salta-me aos olhos o que Renato Russo, batizou de “A Solidão é o Mal do Século”. Daí a dúvida desses “fundamentos” que nos escondem ou nos escondem de nós e dos outros a latente necessidade do equilíbrio do viver e conviver uns com os outros.
Por que o “distante” nos parece gritar e escandalizar tão “próximo”?
Por que em algum momento ou estado de vida nos agonizamos emocionalmente, e por não nos compreendemos e nos aceitarmos, incompreendidos e rejeitados nos sentimos, fabricando outras reações, mazelas e dores físicas, mentais, espirituais e ou emocionais nos outros e ou em nós mesmos?
De algum modo sinto que quando mais um “Ser” se faz de auto-suficiente e auto-sustentável, maior o grau de ameaças, debilidades, insegurança e paranóia.
Ser “suficiente” e “sustentável” é bem diferente de ser “auto-suficiente” e “auto-sustentável”. No primeiro cenário reconhece-se a interação, a troca, a soma, o agregar, a complementaridade. Já no segundo cenário é como se dispensasse, negasse ou renegasse a existência de outras coisas e outras pessoas, e a interação dessa existência com a nossa existência. Desde o simples cuidado com a higiene pessoal, a alimentação, o vestir e o locomover-se, existem contribuições, trocas, somas e interações da vida e de outras vidas, em nosso Ser e Vida.  
No paradoxo “prepotência e arrogância” a navegar pela “insegurança e baixa estima”, “indiferença e ignorância” a navegar pela “obsessão e premeditação calculista”. Transformando e revelando-se por aversão, egoísmo nocivo, crueldade, sarcasmo, ironia, agressividade, apatia, raiva, vingança, violência e carência das mais diversas espécies.
No estado de ameaça real ou imaginário, lá estamos a agir e interagir de modo proativo, passivo, ativo ou reativo.
Quando o estado de defesa é acionado, no mínimo,  agimos e interagimos no movimento do “foge e ou ataca”, precipitados na antecipação “rejeitamos antes que nos rejeitem”, “repelimos por medo de ser repelidos”, “recriminamos para não sermos recriminados”, “fugimos para não sermos presos”, “nos aprisionamos para nos sentirmos livres”, “abandonamos para não sermos abandonados, “sofremos para não sofrer”, “ardemos em dor, por medo de sentir dor”, o que com o tempo batizei do “viver e propiciar relações e relacionamentos esquizofrênicos”.
Assim no paradoxo do mal do século “Solidão” vislumbro também enquanto mal do Século “Relações Esquizofrênicas”, no sentido de fabricarmos o que tememos consumir, e consumirmos o que abominamos.
Arder em dor, para não sentir dor, enlouquecer de medo para não sentir medo.  Sentir medo para não enlouquecer, enlouquecer para fugir da frieza.
Com isso quero explicitar que dentro do escopo de interferência do outro em nós, e de nós nos outros, quer seja no jeito de ser e ou de viver, observo que:
Há sincronia e há vácuo;
Há limites e há possibilidades;
Há sintonia e há dessintonia;
Há escolhas e há negociações;
Há condições e há imposições;
Há ceder e há anular;
Há amor e há desamor;
Há acordos e há pressupostos;
Há generosidade e há egoísmo.
Resta saber o que escolhemos, escolheremos, vivemos e como viveremos o viver.
Com ternura um sereno abraço,
Por Elaine Souza – 02/12/2011 – 12h01min

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