domingo, 20 de novembro de 2011

Afeição

A afeição gera em nosso âmago a satisfação de necessidades interiores. E nos impulsiona a alimentar o apreço e consideração a objetos, pessoas ou situações propulsoras desse sentimento e suas respectivas sensações de prazer.
Enquanto efeito a afeição pode propiciar a aceitação e consideração sem pressupostos, de forma orgânica e natural do que é e esta; e não tão somente do que se quer e se espera.
A disposição de despojar-se para tão somente com estima e compaixão contemplar o objeto, a situação ou a pessoa.
Compreender a afeição em seu aspecto mais sublime é transpor-se ao sentido da piedade e da compaixão arraigadas na essência da benevolência.
É possível se ter por afeição, os sentimentos do apego, que nos torna parcial e pode aprisionar, desencadeando impressões e ações no estado e espírito da propriedade e materialidade, confundindo-a com o afeiçoar-se.  
Sem considerar se há um jeito certo ou errado de sentir e lidar com a afeição, se permitir a experiência de modo contemplativo degustando cada passo, gesto, olhar e toque nessa descoberta do ser quem “somos”, nos possibilita novas formas, jeitos, escolhas, nessa responsabilidade que nos torna seres livres.
De algum modo sinto particularmente que a afeição saudável esta intimamente ligada à hombridade que reluz e nos inunda no prazer do viver, ser, e estar em nós, no outro, nos outros, em tudo e no nada.
O prazer seria uma sensação, um sentimento ou um estado nesse caso?
Sinto que há uma fonte que jorra de sua nascente: conexões, experiências e possibilidades; nesse deleite que é a pureza da vida.
Nasce e morre; nasce e se transforma; nasce e muda de estágio. Algo que não se explica, e que se complica de tão simples que é.
Ao buscarmos no dicionário o significado do prazer, podemos encontrar o deleite, o gozo, a delícia, o desejo, o contentamento, o agrado, o divertimento, a distração, a alegria, o gosto, o agradar...
Algumas palavras que quando pronunciadas, expressadas ou escrita, em alguns seres humanos, gera embaraços, em outros, desperta a malicia; em outros a fantasia; e em outros a compreensão do sentir que faz parte da natureza gozar e ser gozo com a vida, no deleite de seus fascínios e mistérios.
Refletindo sobre o significado da afeição e dessa ligação geradora de prazer por alimentar a satisfação de nossas necessidades, encantei-me mais com o sentido das palavras “aprazer” e “comprazer”, no que aqui quero significar e explicitar.
Sentir afeição é algo sublime e por ser sublime não se impõe; se cativa, sem se contrapor.
É possível cativar a afeição, outrora sempre que se tenta impor, cobrar ou se contrapor para conquistar a afeição, o oposto acontece afastando-se a pessoa, situação ou objeto de quem se deseja reciprocidade ou afeição.
Sentir afeição, ou ser inspiração para o sentimento de afeição de outro ser, é diferente de afeiçoar-se...
Cores, notas, formas, fórmulas, tons, cheiros, estados, ora tão somente passagens no mistério complexo e simples da natureza...
Segredos que se desvendam, quando nada se tem a desvendar; e que se venda quando se nega ou renega o que nos conecta com o deleite da nossa própria fonte existencial.
Descobertas e redescobertas, mágico é desnudar-se e permitir-se sentir afeição desprendida, com apreço nesse estado de compaixão que é também a vida...
Os segredos e mistérios da afeição regozijam nos mistérios da simplicidade do viver de corpo e alma, o que se sente, se intui, se pensa, em sincronicidade com nossas sensações e ações.
O simples se complica; o complicado se simplifica; ora, contudo, afeição é afeição, afeiçoar-se é diferente.
Com amor, abraço de ternura,
Elaine Souza
SP. 20/11/2011 – 23h07min
   
   

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