quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Alguns Sinais e Efeitos da Pedofilia 2/3

TRANSFERIR A RESPONSABILIDADE DOS DESEJOS
PARA AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O discurso: "As meninas de hoje em dia com 9, 10, 11 ou 12 anos, já estão dando e transando por ai, estão loucas por sexo, e querem mais “dar”".
a) Enlouqueço quando ouço afirmativas levianas como essa. E sabe por que enlouqueço? a.1) Não é por moralismo, e sim por sentir que tem muito de hipocrisia, generalização, projeção e transferência de desejos, anseios e descontroles da mente.
a.2) Não se coloca tudo num mesmo saco, o que dirá gente, crianças, meninas, meninos.
b) Pra mim quando ouço isso, faço outra tradução. Inverto o ouvido, e sinto doidamente e profundamente que se culpam as crianças e se transfere a essas as responsabilidades pelos desejos e fantasias sexuais que se têm, se nega, ou se quer explorar e deseja ter uma justificativa para tal ato.
c) Estamos falando de relação de poder e domínio, e trata-se de uma relação desigual, com armas e experiências bem diferentes “adultos X menor”.
d) Existe uma fase no nosso desenvolvimento que ficamos mais “sarados / gostosos”, deslumbrantes, feito fruta no ponto para ser “degustada”, porém não somos frutas, somos gente. E o fato de estarmos ali com tudo em cima, desenvolvendo o corpo e vivenciando a passagem de transformação, não dá o direito de alguém querer “apanhar”, “colher” ou “roubar”, a pureza e a inocência, antecipar fases, acelerar processos, somos gente lembra? Se o desejo for muito grande encare, transmute, trabalhe, processe, e mude a freqüência ao invés de violar o espaço e ferir a dignidade humana de alguém que esta em processo de desenvolvimento “corpo e maturidade”.
e) Quando eu era criança (e já faz um bom tempo) já diziam o mesmo, e isso não era fato. Estar descobrindo a própria sexualidade, a sensualidade e o desenvolvimento da inteligência sexual, não significa necessariamente estar pronto ou sentir-se apto para o sexo, não significa necessariamente que se queira sexo, e o que dirá que se queira com um adulto.
e.1) Lembro-me como se fosse hoje a raiva, o nojo, o medo, o pavor, o receio que eu e outros da turma sentiam, com certos olhares, movimentos, atitudes, convites e comportamentos de alguns adultos e crianças mais velhas.
e.1.2)  Por vezes passávamos horas e dias conversando sobre isso, e nos protegendo. Existiam alguns adultos próximos que agente só ficava perto, se estivéssemos em mais do que três. E sim, combinávamos de correr, gritar, bater, se algo estranho acontecesse. Pura intuição e instinto, alguma coisa em nós sinalizava “sei, não aquele tio é esquisito, “sei não aquele homem tem um olhar babão que dá nojo”, “hei sei não, mas esta errado a professora ficar batendo e nos colocando de castigo”, “ah, não gosto dela, quando minha mãe não esta por perto, ela me agride”, "sei não mas não gosto de sentar no colo daquele tio, alguma coisa fica quente e dura, e ele fica rindo estranho".
e.1.3) Como nem sempre o adulto acredita nessa sinalização da criança e do adolescente, como nem sempre os mais velhos se atentam e dão ouvidos, por vezes até se leva bronca e se ouve, coisas do tipo “larga de ser maliciosa menina, trata-se de uma pessoa boa”, “que injusta e feia, como você pode dizer isso, ela é tão boa”. Felizmente, as crianças e adolescentes, também são inteligentes, assim dá se outros jeitos, digo agente que esta na mira, e de algum modo sente que isso não esta certo, e que estamos certos, se organiza e encontra-se formas de proteção.
 
Tio Sukita I
MACKENZIE - PARADIGMA SUKITA

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