domingo, 21 de agosto de 2011

O MOSAICO JULHO 2011 - 6/7

COMPONDO A COLCHA - JUTANDO AS PEÇAS DE TECIDO

Assim caberia a mim, aceitar, compreender, respeitar e confiar, ao invés de renegar, negar ou disfarçar. Que o caminho era e é sempre de escolhas, rico em escolhas, e que não adianta eu querer renegar as escolhas alheias, nem tão pouco impor a mim as escolhas que não são verdadeiramente e genuinamente de corpo e alma, minhas.

Minha voz intuitiva no dia 18 de julho de 2001, convidou-me a assistir desenho animado e ouvir musica, enquanto brincava com as peças e os tecidos, então lá fui eu. (...)

Ao visualizar o Hulk, o Dartanha, a Shera, o Heman, a Liga da Justiça, a Corrida Maluca, a Mulher Maravilha, a Caverna do Dragão, o Cavalo de Fogo, a Menina das Flores, os Ursinhos Carinhosos, os Smurfs, os Flinstones, os Jetsons, o Papa Leguas, o Mister Magoo, a Turma do Manda Chuva, a Turma do Zé Colméia, a Turma do Ursinho Pooh, a Turma da Moranguinho, tomei vários sustos, e maravilhei-me com todos. Um grande processo de descoberta ao me questionar: O que isso tem ou não tem haver com o meu jeito de ser, estar e atuar com e no mundo, e dentro de mim mesma? 

Perceber que alguns dos que eu achava que gostava, e depois fui parando de gostar, eu gostava porque os amiguinhos ou os adultos gostavam e não porque eu gostava, já estavam pra lá de mortos e sem sentido dentro de mim; me questionar porque desde criança havia uns que eu não gostava de jeito nenhum, mesmo com os amiguinhos gostando, eu ficava irritada com alguns desenhos, então ou desligava a TV, ou mudava de canal, ou ia para o meu quarto; e que outros que eu adorava, independente do gostar dos amiguinhos e adultos, estavam mais do que vivos, latentes a emergir e que a sensação de enxergá-los e assisti-los era tão boa, gostosa e prazerosa quanto na infância, foi deslumbrante. Foi interessante observar as influências mútuas, os sentidos sem sentido, e os sentidos com sentido. Dei-me conta de ainda não havia de fato exercido o que já havia sacado conscientemente no ano 2007 – 2008, sim é preciso acertar o passo. Quando criança eu sabia perfeitamente me defender e dar um se situa, em qualquer um, independente da idade ou do tamanho; na adolescência, desenvolvi outro método de defesa que era a argumentação e a fala; na juventude fui bloqueando os dois métodos e meios de defesa. E comecei de algum modo a confundir tolerância com sapo na garganta com perninhas pra fora da boca. Isso ficou misturado, e eu percebia que precisava equilibrar, para não deixar passar do ponto, para não transformar limites em limitações. E quando eu achei que já sabia, algo me mostrou que não. Fantástico, sim fantástico lance.
Quando eu era criança e adolescente e agia em pura defesa, a agressividade estava protegida com a pureza e o instinto de vida, de sobrevivência em si; e no meu agir não havia nenhum sentimento de culpa na hora, por vezes até ficava triste, chateada depois, a me perguntar: “poxa mas bem que poderíamos ser todos amigos, porque você faz essas coisas?”. Mas a culpa em si, era imposta de fora pra dentro, eram os outros, os adultos que agiam no impor a culpa a mim. E conscientemente eu não conseguia compreender o que era aquilo, então ficava na dúvida, entre o que era certo, e o que estava certo, quem estava certo e o que era errado, ou quem estava errado. Eu tinha muito claro pra mim que eu não podia quebrar as coisas dos outros, mexer nas coisas dos outros, estragar as coisas dos outros, pegar as coisas dos outros, sem pedir ou sem permissão, que eu não podia bater, provocar ou mexer com os outros só por bagunça, maldade, dou pra provocar quem estava no seu espaço. E eu sentia que se os outros, não agissem assim comigo ou com os ouros amiguinhos ou adultos, eu podia me manifestar, me defender, bater o pé, conversar, perguntar, indagar e se preciso bater, ao invés de ficar apanhando a toa. Só que a maioria dos adultos eram precipitados, cheios de si, no sentido de achar que sabiam colocar ordem, achavam que eram inteligentes, e na verdade eram ansiosos, impulsivos e manipulados, digo: ao invés de perguntar o porque do comportamento, do que bateu ou se defendeu. Batem, punem, e botam de castigo, quem foi pego com o braço levantado, batendo ou brigando com o outro, sem perguntar. O que aconteceu primeiro? E digo que são manipulados, porque tenho muita clareza e perfeitas lembranças no meu campo mental dessas situações, e era esquisito, porque as crianças mais levadas, “espertas” algumas até “maldosas”, quando o adulto se aproximava abria o berreiro, chorava, se faziam de vitimas, e diziam que foram injustiçadas, apanharam “fulano me bateu”, e a criança “boazinha, na dela, que só estava no espaço que era dela”, apanhava e era colocada de castigo. Então cansei daquela brincadeira, percebi que tinha que encontrar outro meio de me defender, e encontrei, só que também quem se expõe, se posiciona e fala o que sente, se fizer isso com um adulto ou outro ser, que tem na mentalidade o proteger aquele que abre o “berreiro” ou se faz de vitima, o castigo e a surra vem do mesmo jeito. Eu fui crescendo e testando formas de defesa, e me assustando porque os adultos se comportam no mundo dos adultos, entre os adultos com a mesma infantilidade, e confundem por vezes ser infantil com ser criança. E estranhamente fui percebendo que do mesmo modo que existiam crianças, adolescentes e jovens “levados”, “maldosos”, que arquitetam, tramam, que se juntam em bando, pra prejudicar outro, alguém ou alguma coisa, me senti em desalento e desapontada ao perceber que os adultos também agem assim. É malucamente, loucamente incrível, o quanto tem de criança disfarçada de adulto e adulto disfarçado de criança, agindo de forma infantil. E ao mesmo tempo é lindo perceber que continuamos crescendo, aprendendo, nos desenvolvendo, e buscando novos brinquedos, novas brincadeiras, novos parques de diversões, novos parquinhos, e acima de tudo, é mágico sentir que sempre é possível encontrar e escolher novas formas e jeitos de ser, estar e atuar com e no mundo.
Seria maturidade? Seria auto-aceitação? Seria compaixão?
Será o amor, o segredo?
Será a vida o mistério?
Será o universo tão simples e harmônico, que nos faz duvidar, e misturar as peças, os tecidos, e por fim agente roda, roda, roda, e quando o “balero” para lá esta um LINDO E COLORIDO MOSAICO? UMA LINDA E COLORIDA COLCHA DE RETALHOS?
Estaremos nós no fundo, no fundo famintos e sedentos, independente, da idade ou fase da vida, pela sensação e o sentimento do Amor, do Doce e do Prazer da Vida?
Será isso a tal maturidade?
O equilíbrio e o desequilíbrio atuando e trabalhando o tempo todo juntos em prol da harmonização e sincronia?

E assim, que tal, conhecer, um pouco do percurso percorrido, nos desenhos animados e músicas?

Com amor, grande, forte e afetuoso abraço,
recheado de ternura,
Elaine

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