"Os fatos são amigos"

2011 - E agora. Lá vem você de novo, que lindo que mágico. A oportunidade do hibernar, me fez rever qual era a peça, confusa a se perder dentro do meu Mosaico.
Aprendendo a ver com a criança interior
http://www.youtube.com/watch?v=dA_yHRrGghA

Julho - 2011: Por alguma razão comecei a fazer um link metafórico com o texto “Me demito do mundo dos adultos”, a mim é e era cada vez mais confuso, não poder me expressar e comunicar através dos canais que possuem sincronia com a minha alma, com os canais em que consigo ampliar a própria amplitude do meu Ser.
Contei-te que o mundo dos “adultos”, andou dando uma bagunçada aqui em casa? Acionei a turminha para uma faxina geral. Afinal a bagunça do tornar-me adulto, gera conflitos e curto circuito! Com você foi ou é diferente?
Eu sempre tive uma maneira de expressar sentimentos, sensações, intuições e pensamentos, através da escrita, do desenho e da música. Uma mágica conexão em que eu conseguia adentrar e penetrar no meu mundo particular e no mundo particular do outro, pedindo licença, digo, algo batia dentro de mim, me dava um “estalo” após uma observação, uma situação ou um “papo cabeça”, um “papo de louco”. Logo lá ia eu escrever, desenhar, ouvir uma música, e voltava, hei é pra você (...) e era pura conexão!
Eu fazia isso com os amiguinhos, com a galera e também com os adultos e velhinhos. E era um silêncio e um suspiro mágico, ou algo do tipo, nossa me dá um tempo que eu preciso pensar sobre isso, você mexeu comigo...
E eu vermelha a dizer:
- Hei belê, desculpa ai, meu! Foi só o que bateu aqui dentro, quando (...)...
E a resposta do outro lado era:
- “Se liga, meu, eu gostei, só preciso de um tempo pra entender, tú é muito intensa”...
(...) Risos, e belê, vamos vivendo...
Eu podia levar doces, bombons, bilhetes, cartões, desenhos, presente a todos os lugares e ambientes em que sentia vontade sem necessáriamente isso significar “essa mina tá querendo” (...) “ela tá afim” (...) “qual é a tua garota” (...). E conforme eu fui crescendo isso foi mudando, e a tentativa de adaptação e ajuste, me foi assustadora, e ainda o é. Vou me dando conta que quanto mais tento me ajustar, mais desajusto... E a vida de tão sábia, e mágica que é, me oferece oportunidades e insight para que eu me de conta, e possa discernir quando estou me esforçando ou quando estou me forçando e por isso me entortando. (...)
O quadro diz (...)
Não poder escrever
Não poder desenhar
Não poder dar cartões
Não poder dividir uma bala
Não poder dar um bombom
Não poder dar uma flor
Não poder oferecer uma música
Não poder fazer uma poesia
Não poder curtir um som
Não poder dançar
Não poder passear
Não poder dar um presente “fora de hora”
Não poder escrever páginas e páginas do que estou sentindo e pensando e depois ler com os amiguinhos
Não poder dar um basta no coleguinha que tá batendo no amiguinho
Não poder brincar
Não poder gritar “hei, não gosto disso, to brava”
Não poder dizer “não quero dar um beijo no tio, não gosto desse tio”
Não poder dizer “não vou abraçar, to brava com ela”
Não poder bater um papo cabeça com o papai do céu, reclamar, ouvir e depois ganhar seu afago numa bela soneca
Não poder brincar e bater papo com o amiguinho invisível
Não poder ficar de mal e depois ficar de bem
Não poder chamar a atenção do coleguinha que jogou papel no pátio da escola
Não poder dar uma situada no amiguinho que esta batendo no amiguinho cachorrinho e puxando o rabo do gatinho
Não poder ajudar a professora a carregar seus materiais até a diretoria
Não poder ajudar a tia da merenda a lavar a louça
Não poder se esparramar no chão e ficar comendo pipoca num amontoado de gente
Não poder ficar até altas horas discutindo papos cabeças na roda de amigos
Não poder ir pra balada com os amigos que bebem ou usam algum tipo de droga, sem necessariamente significar que você precisa fazer o mesmo (é impressionante é só você se impor e dizer hei, comigo não violão, o sinal esta dado e a galera respeita). E quando se perde a linha do respeito naturalmente ocorre a troca de amigos... Digo os que curtem algo diferente encontram outros amigos, para curtir o que curtem, e no lugar deles, naturalmente a vida lhe traz novos amigos, que curtem o que você curte (...)
Não poder emprestar a sua bola pra turma brincar, mesmo que você não possa brincar
Não poder curtir e viver a comungar e partilhar sentimentos, sensações, delírios, viajar, sonhar, sem ser tido como lunático ou louco, apenas na pura adrenalina do ser livre
Não poder dar um basta e separar a briga
Não poder em alguns casos, dar uns cascudos em ambos os lados para se ligarem no lance
Tudo isso no mundo dos “adultos” até pode, só que (...), é curto circuito puro. Parece que a pureza se confunde, e o que até então antes de começar a entrar para o mundo adulto é natural, passa a se confundir, é louco, o dicionário e a linguagem é outra. E é uma língua difícil ao menos pra mim.
Em geral o que até então pra mim representavam puros e mágicos encontros e conexões de almas e corações, no ter amigos “diabinhos”, amigos “santinhos”, amigos “lelé”, sem que necessariamente você tenha que ser um.
Sim, simples formas de livre expressão de sentimentos, pensamentos, sensações, intuições, instintos naturais, na livre forma de manifestação fraterna, pureza de afeto, solidariedade e amor universal. Continuar me expressando sem que isso signifique que tá rolando a tal “segundas intenções”, ao começar a adentrar no mundo dos “adultos”, foi um baita baque, descobrir que o lance é outro, virou um balaio de gato, dentro de mim.
No mundo dos “adultos” são tantos “não pode”, tantos “tem quê”, tantos “deveria ser”, tantos “é assim, se não”, tantos “limites confundidos com limitações”, tantos “rótulos e enquadramentos”, tantas justificativas e terceirização de responsabilidades pelo que “se é, esta sendo, deixou de ser”. E se adaptar a esse estágio e mundo é uma loucura total. Digo descobrir e me deparar tantas vezes com os “altos preços e cobranças”, uma vez que no menor ou mínimo sinal de ameaça, ou ameaça, de que se esta entrando na linha do fazer o que “não pode”, fazer diferente do “tem quê”, ser diferente do “deveria ser”, mesmo que sem intencionalidade de ferir ou extrapolar, logo as condenações: “você esta inadequado”, ou “você esta com segundas intenções”, ou “não tenho tempo pra isso” ou “você não sabe de nada” ou “não quero mais brincar com você” (...) carambola “cara, é impressionante o quanto no mundo dos “adultos” malicia-se tudo”, ou você tem que, ou você deveria (...)... Ué antes podia, porque não pode mais? Será que não pode mesmo?
Então eu de boa já chamei, a galera do barulho:
Lá estava eu (...):
Mergulhando em mim, no olhar natureza, e dessa natureza que (...)
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E já acionei a turma, que tá aumentando..
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Obaaaa, iuuupiiii, a galera se animou, dá só uma olhada no pessoal que já tá dentro da festa:
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