segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Retrospectivas no Diário de Bordo - Parada em 1984

Não se preocupe, fique à vontade de ler e degustar, conforme você tenha tempo de relógio e de alma... É um convite, não querendo é só mudar a navegação.

Quando algo me faz parar ou vejo algo me fazendo dar uma volta 360º, Eu literalmente paro tudo e entro na fase que chamo do Hibernar, que geralmente são deliciosas. E que mesmo com algum amargor, é sempre gostoso porque o chocolate com morango dão uma equilibrada. Quando necessário misturo um pouco de sal “lágrima” na couve, e precisando boto mel no pão;>)

Não é novidade pra mim que nós seres humanos temos habilidade, talentos e dons, diferentes. Comecei a descobrir isso já na infância por conta da agilidade que eu tinha para fazer uma redação, principalmente quando a oportunidade era para dissertação, nossa eu delirava de prazer, amava. Boa parte dos meus amigos odiava redação e literatura, e por outro lado alguns professores por vezes não entendiam como eu fazia aquilo tão rápido e não foi apenas um professor que no seu pedestal, me chamou com desconfiança a indagar-me quero saber de onde você colou isso?
- Colei não professora! Só escrevi, não era pra escrever?
- Mas você ultrapassou muito a quantidade de linhas mínimas, como você conseguiu?
- Ah, então também tinham as linhas máximas professora?
Minha sorte é que encontrei outros professores e professoras verdadeiramente “educadores, inspiradores, servidores” e com esses, não tinha jeito era delicia pura, adrenalina e altos papos maravilha. Já os professoras “chatos”, não sei o porquê, mas eu sentia dor por eles, eu sentia que eram tristes, lembro-me da professora Bruxa do 71, ela dava “bole, boletinho e boletão” na orelha e nos cabelos dos alunos e os colocava virados de frente pra parede no canto da sala. Eu tinha alguma força que não sei de onde vinha, que me lembro como se fosse hoje quando ela mandou (como mandava a todos) ir na lousa e escrever toda a tabuada, eu fiz, mas não do jeito que ela dizia que era o certo, só que os resultados estavam certo. Então ela veio em minha direção, já se aproximando da minha orelha. Eu segurei sua mão, olhei bem dentro daqueles olhos tristes e amargurados e disse firmemente:
- Comigo não! A senhora já pensou que podem existir outras formas de fazer as contas?
- Então fala logo como você fez? Anda explique-se! (com aquele tom costumeiro ameaçador, porém trêmulo)
- Eu não sei explicar como fiz, só sei que fiz e a senhora sabe que o resultado esta certo!
Ela abaixou a mão e encerrou a aula. E depois daquela aula estranhamente seu olhar mudara, ela começou a se aproximar de mim de outro jeito, como quem quer se achegar e se afagar (...). Tirando a reuniões de mães na porta da escola pra pegar essa professora e dar uma surra, pois seus filhos chegava com as orelhas vermelhas e chorando em casa (nunca esqueci aquela cena)... Muita coisa rolou e agente se aproximou muito e nos comunicávamos mais no silêncio do olhar. Ela era de falar pouco. (...)

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Coração Saudoso

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