domingo, 21 de agosto de 2011

O MOSAICO JULHO 2011 - 7/7

TECIDOS, RETALHOS E PEÇAS DO MOSAICO E DA COLCHA DE RETALHOS
O MOSAICO 17 a 24 DE JULHO 2011


Há quem diga que é natural a existência do amiguinho invisível nos primeiros anos da infância, e que toda criança tenha um. E há quem diga também que a partir de certa idade ela o abandona e esquece.
Comigo foi diferente. O que me intrigou, e a certa altura, cheguei a pensar:
- Xiiii será que sou louca?
Meu amiguinho invisível não foi embora, pelo contrário esta se multiplicando, estou descobrindo novas formas de conversar e brincar comigo, com o Universo, com a Natureza, e com Deus.
- E agora o que é que eu faço?
Tentei me comunicar com os adultos, falar a respeito, porém nossas linguagens nem sempre se compreendiam. Digo era difícil para um adulto entender, e eu não sabia traduzir na linguagem dele.

O adulto já havia se esquecido a linguagem da criança, e eu ainda estava aprendendo a amplitude de significado das palavras para os adultos, por vezes era a mim uma linguagem confusa e difícil de aprender e compreender, porque nem sempre as palavras tinham os mesmos significados que as atitudes.

Era cada vez mais confuso, conforme eu ia constatando que as mesmas atitudes, tinham significados em diferentes palavras, e as mesmas palavras tinham significados diferentes. Exemplos: “Errado”, “Deus castiga”, “Não pode”, “Deus tá vendo”, “Proibido”, “Feio”, “Não pode bater”, “Peça Desculpas”, “Não faça fofocas”, “Não mexa no que não é seu”, “Não prejudique os outros”, “Lave as mãos antes de comer”, “Escove os dentes depois que comer”, “Agradeça a Deus por tudo”, “Guarde tudo o que tirou do lugar”, “Deixe tudo arrumadinho e organizado”, “Cuide bem das suas coisas”, “Se não pode ajudar, não atrapalhe”, “Não se meta na briga dos outros”, “Não pode comer o bolo antes do Culto”, “Não pode falar ou pensar mal dos outros”, “Não minta”, “Não pode faltar na Igreja”, “De bom dia, boa tarde e boa noite, e cumprimente sempre com educação a todos”, “Sempre peça licença”, “Não empurre”, “Respeite a fila”, “Peça Desculpas”, “Se arrependa”, “Perdoe”, “Ame e trate bem a todos”, “Ajude sempre”, “Sexo é feio e nojento”, “Sexo é amor e lindo”, “Não pode beijar na boca, isso é feio”, “Isso é pecado”, “Tire a mesa”, “leve o prato até a pia”, e etc. Era cada vez mais confuso perceber que por vezes o que era ensinado enquanto: proibido, feio, errado, bom, certo, bonito, permitido para nós crianças e adolescentes, não significava errado e proibido, bom ou certo, para o adulto. Eu sem perceber ou me dar conta, por vezes enlouquecia os adultos e os amigos, porque eu questionava tudo o que eu achava estranho, diferente ou sem sentido.

Quando não me sentia satisfeita com as respostas obtidas, ou alguma coisa não batia, não fazia sentido, sim toda vez que esses diálogos, situações e coisas aconteciam e eu não entendia, o adulto ou os amigos, não conseguiam me convencer ou esclarecer, eu chamava meu amiguinho invisível, corria pro meu “cantinho”, toda confusa, pra bater papo, conversar e compreender melhor. Então brincava oras, conversava oras e oras, no meu mundo particular, tentando juntar as pecinhas. Eu escrevia e desenhava intensamente durante horas.

Conforme eu fui crescendo e me desenvolvendo, por que não abandonei o meu amiguinho invisível, com o tempo eu arrumei foi mais amiguinhos invisíveis?

Eu ficava intrigada e brincando e batendo papo com eles, que até então, passaram a ser chamado de “Anjinho”, “Anjo da Guarda”, “Papai do Céu”, “Ursinho” e “Amiguinho”.
E era escrevendo que eu dialogava profundamente comigo mesma, e então indaguei.
- Como posso chamar vocês agora amiguinhos?
- Pode nos chamar de “Amigos”.
- Ah, mas falta alguma coisa, somos amigos e nos ajudamos nos protegemos. Ajudamos as pessoas, e uns aos outros. Como posso chamá-los, de um jeito que saibamos que somos nós?
- Que tal “Amigos Protetores”?
- Tai, gostei, “Amigos Protetores”!
Eu já estava crescendo “ficando grande” e logo eles também (na minha cabeça e inteligência de criança (se eu cresço, eles também crescem)). Então modifiquei o nome para “Meus Grandes Amigos Protetores”.

Bem, e então em meu Lar estava a refletir e brincar com as peças, e do nada no dia 18 de julho de 2011, algo sussurrou, vamos assistir desenho e ouvir música.
- Feche os olhos, o que você vê?
- Mel, Abelha, Amor, Doce
- Abra os olhos! Olhe a sua volta o que você vê?
- Meu deus o Ursinho Pooh, nossa eu não doei você junto com os outros, Ursinhos e bichinhos. Por que será?
Então continuei brincando:
- Pensando em um desenho animado, sem ter que pensar muito, qual é o primeiro que lhe vem à cabeça, nesse exato momento?
- Usinho Pooh e aquele que a menina abria um medalhão, e com a ajuda das flores fazia um vestido.
- Qual era o nome desse desenho, da Menina que fazia os vestidos?
- Não sei não consigo me lembrar.
- Então sem pensar fale o nome de 05 desenhos animados, rapidamente?
- Alice no País das Maravilhas, Pequeno Príncipe, Cinderela, Ligeirinho e Dartanha e os Três Mosqueteiros.
- Por que você tem sentido medo, dúvidas ou receios para se defender ou ao se defender?
- Eu não sei, sinto dúvidas é confuso. Acho que já não sei mais se é o certo.
- Você sente culpa ou arrependimento nesse momento?
- Não! Eu me sinto bem. E me sinto estranha, por me sentir assim.
- Por que estranha?
- Por que há muito tempo eu não me sentia tão bem, e isso me deixou exausta. Como se eu tivesse gastado muita energia, participado de uma maratona. E ao mesmo tempo me sinto vitoriosa dentro de mim mesma, me fez bem, gritar e dizer já chega. Foi como se eu tivesse tomado partido de mim mesma, da minha própria integridade e existência, e agido com o melhor que eu tinha para o momento.
- Interessante. O que te impulsionou a esse movimento?
- Eu ainda não sei direito, eu só percebi que ao ver numa mesma pessoa, aquele olhar de Dick, aquela atitude de Patolino, aquele riso de Hardy, depois nessa mesma pessoa o riso do Muttley, "vixe" foi à gota d água. Eu ultrapassei o sentimento de “fera ferida”, algo mais intenso, eu senti, algo do tipo, esse ser é mais cruel, tem muita coisa junto, não é só ferir é matar. Senti uma avalanche de coisas e senti que aquilo não teria parada, ou eu parava e agia no “comigo não violão”, muda a música e o instrumento, porque dessa lambada eu to fora. Eu senti crueldade, sarcasmo, ironia, prazer, frieza numa mesma pessoa e em sua atitude, era intenso de mais para um só golpe, e então gritei, já chega. Ao mesmo tempo algo me acalmava me abrandava como uma espécie de cafuné sentia compaixão, por aquele Ser Estranho. Alguma coisa me dizia, veja quanta dor, quanta amargura, quanto dissabor, quanta máscara, tudo isso não passa de defesas, para se manter vivo. E outro lado dizia OK, mas que se mantenha vivo, mas não à custa do sangue de outros seres, e o que dirá de suas vidas. Estou atenta, to ligada, no menos sinal de ataque, dessa Fera, me desculpe se serei primata ou ignorante, eu vou pra cima, com essa Fera ai, já tá provado que não há táticas limpas, isso tem um mistos de desenhos que eu não gosto. E aquelas sensações e sentimentos se misturavam, e eu comecei a “orar e vibrar”, buscando luz e o paz, precisava acalmar o meu coração, ele estava aos pulos. E quando dei por mim, o quadro já estava pintado.
- Interessante tem informação que não acaba mais num mesmo tecido, numa mesma peça. Para facilitar essa costura e colagem no quadro. Dá uma olhada em como você se referiu a pessoa. Você percebeu que a associou, durante a situação presente com uma série de personagens de desenho? Que desenhos são esses? Por que irritavam tanto?
- Sabe que eu nem sei, foi instintivo, foi o que enxerguei naquele dia, naquela pessoa.
- Muito bem, agora continue escrevendo e se deixe fluir. Olhe para a situação presente, e faça uma passagem entre essa, e outras situações, verifique as conexões e qual a lição para o momento. Quando você estiver mais calma, veja se você encontra e assista os desenhos acima.
- Legal, vou pensar e refletir mais então, sobre isso!

E lá estava eu, meditando e refletindo sobre a defesa e as formas de defesa. E o susto, do nada veio à imagem do Hulk. E pensei ah, Hulk, eu deixei de gostar de você ainda criança, a sua cara quando se transformava era muito brava, muito feia, e comecei a sentir medo de você, todo mundo se assustava, ficava com medo, e saia correndo. Na verdade era meu tio que gostava de você, e por causa dele eu achava que gostava, mas depois fui descobrindo que eu não gostava tanto assim, e cada vez menos. Os adultos, amiguinhos e amigos, até achavam engraçado que eu conseguia imitar os sons de diversos personagens de desenhos e filmes, e alguns perfeitamente como você Hulk, mas eu cansei de você. Como você se dava em mim? Acho que era um grito louco e de imitação, eu no fundo no fundo não gostava muito.

Com essa reflexão veio um clarão. Lá estava eu refletindo sobre o sentir, pensar e agir, e as em formas de interação e defesa que eu tinha quando criança, formas que gostava, não sentia culpa, era natural, fluía, e etc. E veio à pergunta de Elaine para Elaine:
- De qual desenho eu gostava mais? Tinha algum desejo que eu sentia algo diferente nesse aspecto?

Automaticamente emergiu a palavra “Dartanha”. Então joguei na busca no Youtube, e “vixe” fiquei encabulada, e comecei a conversar comigo mesma e com o desenho, num total deslumbramento.

Cara, amiguinho Dartanha, você tá vivo e ai dentro? Nossa você continua dentro de mim? Ué, pensei que já tivesse dado um jeito em você? Eu consegui dar um jeito em outros, porque em você não?
DARTANHA E OS TRÊS MOSQUETEIROS

Então continuei refletindo e curtinho aquela gostosa sensação, e automaticamente me lembrei dos Ursinhos de pelúcia. Logo conectei aos Ursinhos Carinhosos e ao Ursinho Pooh. A mesma sensação de prazer eu experimentei.
Ah, que delícia eu continuo apaixonada por vocês! E se preciso, é só chamar que vocês logo estão na área (...). Amei essa cena, fiquei deslumbrada (...)
Ursinho Pooh - Amigo em ação Parte 1/2
Ursinho Pooh - Amigo em ação Parte 2/2

Por fim nas considerações gerais, se reafirma o que é essencial o que é essencial, e o que não faz parte do âmago, não meras interferências de sinais captados nas conexões, requer então ajustes, para manter o sinal mais claro, límpido e harmonioso. Afinal o desafio e um dos prazeres mais deslumbrantes, fascinantes e gostosos, são o sabor e a mágica de sempre nos lembrar e de fato manter o que continua dentro do âmago, sim manter vibrante dentro e fora de nós a nossa:

Grande e forte, forte abraço fraterno, recheado de ternura e com toda a brandura desse ser,
Com amor,
Elaine

Nenhum comentário:

Coração Saudoso

Benji - 03 meses Benji 02 meses Benji 01 mês Benji 07 anos com a Pytuka Benji 10 anos com a Pytuka Benji 10 anos com a Pytuka Benji 02 meses...